«Ainda há problemas a enfrentar apesar da chuva»

Confagri 07 Mar 2018

O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, alertou esta quarta-feira que o país ainda vai ter de «enfrentar problemas nos próximos tempos» devido à seca, sobretudo a sul do Tejo e, em especial, na bacia do Sado.

«Pese embora a chuva dos últimos dias, temos ainda de enfrentar problemas, seguramente nos próximos tempos, do ponto de vista» da «recarga dos aquíferos», a qual «ocorre de uma forma particularmente lenta», disse o governante à agência Lusa, à margem do 14.º Congresso da Água, que começou em Évora.

Segundo o secretário de Estado, o país anda vai «precisar que haja muita precipitação e que ela seja de molde a poder haver recarga de aquíferos». «Infelizmente, não controlamos a forma como precipita e não podemos ter a aspiração de ela ocorrer em todo o território de maneira tão boa quanto está a ocorrer na zona norte do Tejo», afirmou.

A sul do Tejo ainda subsistem «grandes desafios», salientou Carlos Martins, explicando que estes prendem-se mais com a rega agrícola do que com o abastecimento público às populações, que vai ser reforçado graças a projetos que envolvem a empresa gestora do Alqueva (EDIA) e a Águas de Portugal.

«Aqui no Alentejo, a notícia relevante foi esta parceria, que vai permitir, dentro de dois anos, termos aqui soluções redundantes muito mais seguras» para o «abastecimento de água às populações e também um conjunto de investimentos novos, sobretudo na área de Mértola», elogiou.

Mas, frisou, como «a sul do Tejo e nomeadamente na bacia do Sado os problemas ainda estão para ficar» e «não foi esta chuva que os ultrapassou», é preciso «fazer melhor» e olhar de forma «muito criteriosa» para o uso da água, sobretudo o uso agrícola. «Esta chuva sossega-nos um pouco mais no que é o abastecimento público, mas 92 por cento da água é utilizada na agricultura e aí os problemas ainda se colocam», vincou.

Carlos Martins reconheceu que há explorações agrícolas que gerem a água de forma eficiente, mas há também exemplos menos positivos. «Não podemos ignorar que há ainda muitos perímetros de rega que usam técnicas e infraestruturas que já não se compadecem com aquilo que é a escassez da água» e que há «utilizadores que, eventualmente, não usam as melhores práticas agrícolas e as melhores práticas de rega», disse.

«Há aqui, quer no nível da capacitação técnica, quer no nível de construir e modernizar infraestruturas, um trabalho que é importante ainda continuar», defendeu, sugerindo ainda que, em alguns territórios, é preciso «repensar algumas culturas agrícolas».

No 14.º Congresso da Água, promovido pela Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos (APRH) e que decorre até sexta-feira, em Évora, o secretário de Estado do Ambiente aludiu, na sua intervenção, aos Planos de Contingência para a Seca, que vão ser elaborados pelas Administrações das Regiões Hidrográficas (ARH).

O Governo, frisou, pretende que estes planos possam estar «todos concluídos até ao final de 2018» para que o país possa ter «um inventário bem completo das águas superficiais e subterrâneas e dos sistemas semipúblicos que foram abandonados» e que se quer «recuperar».

O objetivo passa por ter uma «noção clara daquilo que são cenários de oferta de água tendo em conta as projeções e cenários das alterações climáticas» e, ao mesmo tempo, ter «um estudo para aquilo que são as projeções dos consumos para uso público de abastecimento de água, para a utilização na agricultura e para a utilização na indústria», explicou.

Fonte: dnoticias.pt

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