Portugal conseguiu autorização para exportar pezinhos de porco para a China, um negócio que pode render mais de 10 milhões de euros anuais aos produtores, anunciou esta segunda-feira a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores.
Esta nova autorização insere-se na segunda fase do processo de exportação de carne de porco para a China, faltando agora obter “luz verde” das autoridades chinesas para poder enviar o resto das miudezas do porco, como o fígado e as tripas.
«Ultrapassada a primeira fase que foi a abertura do mercado chinês para a carcaça do porco, estamos agora numa segunda fase que é a autorização para as miudezas, que foi conseguida parcialmente. Conseguimos autorizar, para além do que já tínhamos, os pezinhos do porco, que é de facto um mercado bastante importante», revelou Nuno Correia, da direção da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), à Lusa.
De acordo com o responsável, isto vai permitir uma faturação anual superior a dez milhões de euros, ou seja, mais de metade do volume de negócios anual estimado para o total das exportações das miudezas. Porém, de acordo com a FPAS, este montante pode ainda ser aumentado, tendo em conta o interesse dos clientes chineses nestes produtos que, na Europa, «têm pouco aproveitamento».
Esta operação vai assim ser executada através de três matadouros, nomeadamente, ICM, Agmeat e Montalva, à semelhança do que aconteceu na primeira fase do acordo, que permitiu que os produtores começassem a exportar carcaças de porco para a província chinesa de Hunan, numa operação na ordem dos 100 milhões de euros, valor que se prevê duplique já em 2020.
«O Governo português e a FPAS estão «a fazer um esforço no sentido de tentar autorizar mais matadouros, mas, por agora, são apenas estes três», acrescentou Nuno Correia. A federação de suinicultores estima assim que, nos próximos seis meses, as autoridades chinesas venham a Portugal para tentar autorizar mais três unidades de abate, todas na região de Lisboa.
Esta nova autorização foi uma das novidades avançadas, esta segunda-feira, pelos suinicultores durante a apresentação da gala Porco d’Ouro, em Porto de Mós, distrito de Leiria. Este evento distingue a produtividade no sector suinícola nacional, estando, este ano, nomeados 78 empresários.
No total são 31 os prémios a serem entregues às explorações candidatas. Em termos de distribuição geográfica, Torres Vedras lidera com 11 nomeações, seguida pelo concelho do Cadaval (oito indicações) e Alcobaça, Palmela e Azambuja (todas com seis nomeações).
Fonte: Expresso