Amorim aposta na sustentabilidade e inovação e lança “bases para mais 150 anos”

Confagri 09 Jan 2020

Fonte: dinheirovivo.pt

Corticeira comemora 150 anos e dá a conhecer pormenores do seu Projeto de Intervenção Florestal.

A comemorar 150 anos, o grupo Amorim está apostado em assegurar a sua manutenção por outros tantos anos. “Viemos para ficar, para perpetuar o que já foi feito e para lançar as bases para mais 150 anos ao serviço das pessoas, da economia e do país”, prometeu Paula Amorim, a CEO da Amorim investimentos e participações, esta quinta-feira na cerimónia de comemoração. Paula Amorim e António Rios Amorim prometem continuar a desenvolver o grupo corticeiro ao serviço da economia nacional.

A Corticeira Amorim, a mais antiga empresa de cortiça em atividade contínua, comemora esta quinta-feira o seu 150º aniversário, sob o signo da sustentabilidade, aliada à inovação, como “grande trunfo” para enfrentar os desafios da próxima década.

Um século e meio feito de um percurso “duro é difícil”, reconhece Paula Amorim, só possível porque “para além da razão, tínhamos connosco a vontade inabalável de fazer coisas, de não parar”. A empresária não esqueceu o papel fundamental dos trabalhadores nas conquistas daquela que é a líder mundial do sector corticeiro, agradecendo o seu contributo. E não esqueceu Américo Amorim, “pessoa de grande visão”, que “não tinha medo de correr riscos”. Já António Rios Amorim lembrou o tio como o “trator e a alavanca” de todo o desenvolvimento do grupo, um “homem singular na história do sector e da família”, que, a partir do final dos anos 50, começou a mandar quadros visitar mercados chave como a Austrália e a Rússia, que alargou a base industrial do grupo, apostando nos produtos granulados e que, com a conquista do Leste a partir de Viena, onde em 1967 constituiu uma filial, transformou o grupo Amorim no líder mundial da cortiça.

Além de divulgar um estudo da EY que “confirma a pegada de carbono negativa” das rolhas que produz, a empresa liderada por António Rios Amorim deu a conhecer mais pormenores do seu Projeto de Intervenção Florestal, centrado na investigação científica e biotecnológica, que iniciou em 2013 e que pretende levar à plantação de 50 mil hectares de sobro (ou sobreiro) na próxima década, permitindo aumentar a área total de floresta de sobro em 7%, o que se traduzirá num crescimento de 35% na produção de matéria-prima. Questão fundamental para um sector que Portugal lidera a nível mundial e que vem batendo sucessivos recordes de exportação nos últimos anos. “Cuidar do presente, construir o futuro” é, precisamente, o lema do projeto, que envolve produtores florestais, instituição de investigação e entidades públicas locais. Desenvolvido em três etapas, o Projeto de Intervenção Florestal pretende melhorar quer a quantidade quer a qualidade do sobreiro e da cortiça, tornando a sua produção “mais rapidamente atrativa para quem nela investe”. Através, por exemplo, da antecipação do primeiro ciclo de extração da cortiça em cerca de 15 anos.

“Cuidar do presente, construir o futuro” é, precisamente, o lema do projeto, que envolve produtores florestais, instituição de investigação e entidades públicas locais. Desenvolvido em três etapas, o Projeto de Intervenção Florestal pretende melhorar quer a quantidade quer a qualidade do sobreiro e da cortiça, tornando a sua produção “mais rapidamente atrativa para quem nela investe”. Através, por exemplo, da antecipação do primeiro ciclo de extração da cortiça em cerca de 15 anos. A aplicação de sistemas de rega gota a gota na floresta de sobro, num “período inicial e limitado”, permitiu “aumentar a taxa de sobrevivência dos sobreiros”, bem como antecipar a primeira extração de 25 para cerca de dez anos. E a primeira cortiça destes sobreiros de crescimento mais acelerado já começou a ser retirada, embora ainda não para fins industriais. 200 anos é o tempo médio de vida de um sobreiro. A Herdade da Baliza, propriedade em Castelo Branco adquirida pela Corticeira Amorim em 2018, é um dos exemplos de uma “plantação em modo de produção intensiva e com fertirrigação (uma técnica de adubação que utiliza a água de irrigação para levar nutrientes ao solo cultivado)” onde o aumento da densidade de sobreiros por hectare e o crescimento mais rápido dos mesmos foi testado.

“Cada vez mais percebemos que as espécies nativas são um elemento fundamental na defesa contra as alterações climáticas. Com este projeto, que também representa o primeiro investimento da Corticeira Amorim em propriedade florestal, esperamos maximizar o montado como um investimento sustentável e rentável, não apenas para as gerações vindouras, mas, também, para a geração que decide investir nesta espécie verdadeiramente única a nível ambiental, social e económico”, destaca o CEO da Corticeira Amorim, António Rios Amorim. A terceira fase deste projeto está, agora, centrada na partilha de conhecimento, “incentivando o apoio a produtores florestais em Portugal e Espanha”. “O objetivo é mobilizar esses produtores para que, entre diversas plantações, no prazo aproximado de 10 anos, possam ser plantados 50 mil hectares de sobreiros, com uma densidade significativamente superior a atual. Acredita-se que com um aumento de 7% da área atual dos sobreiros em Portugal será possível incrementar a produção de matéria-prima em 35%”, explica António Rios Amorim.

Portugal possui a maior área do mundo de montado de sobro. São 736 mil hectares que representam cerca de 34% da área mundial.

Rebranding

Os 150 anos da Corticeira Amorim ficam, ainda, marcados por um rebranding da marca, com o lançamento de uma nova logo da marca que “faz a ponte entre 150 anos de história e o forte compromisso da empresa com o futuro”. Desenvolvida pelo ateliê Eduardo Aires, a nova identidade tem como referência central o sobreiro, representado de forma contemporânea. Uma imagem “capaz de honrar o passado e imaginar o futuro”.

Formalmente constituída em 1963, já sob a égide de Américo Amorim, que deu projeção mundial ao negócio da família, a Corticeira Amorim tem origem numa pequena oficina de rolhas para garrafas de vinho do Porto, criada em 1870, no cais de Vila Nova de Gaia, por António Alves Amorim, avô de Américo e dos seus sete irmãos. António Alves teve 11 filhos e foi pela mão da segunda geração, liderada por Henrique Amorim, que nasce a primeira sociedade do grupo, a Amorim e Irmãos, que deu origem ao universo do que é hoje a Corticeira Amorim, líder mundial na transformação de cortiça do mundo.

Com um volume de negócios superior a 763 milhões de euros (valor de 2018), a Corticeira está presente em mais de 100 países, com 12 unidades industriais de matérias-primas, 23 fábricas de soluções de cortiça, 52 empresas de distribuição, 10 joint-ventures e 254 agentes. Dá emprego a mais de 4400 pessoas, das quais 1.200 fora de Portugal. Investe 7,5 milhões de euros por ano em investigação e desenvolvimento, desenvolvendo um “portefólio variado de produtos 100% naturais” que são usados por algumas das “indústrias mais tecnológicas e exigentes do mundo”, dos vinhos e bebidas espirituosas ao aeroespacial, passando pela automóvel, da construção, do desporto, design de interiores e da moda.

É a maior exportadora de cortiça do mundo, assegurando, só por si, 50% das exportações, e a mais antiga empresa de cortiça em atividade contínua.

Investimento na Austrália

A Amorim tem em construção uma nova fábrica de rolhas na Austrália, com inauguração prevista para abril. Investimento é de 3,5 milhões de euros e António Rios Amorim justifica-o com a duplicação do negócio no mercado australiano nos últimos anos.

A China é o principal importador de vinhos da Austrália e o mercado procura crescentemente vinhos com rolha de cortiça, explica. Este é o último de uma série de investimentos do género, depois da inauguração, em março de 2019, de uma nova fábrica em Napa Valley, nos EUA, onde a empresa estava, também, em instalações arrendadas. “A nossa permanência nesses mercados não é conjuntural e por isso entendemos que fazemos melhor em estar em nossa casa do que em casa alugada”, frisou António Rios Amorim. Para 2020 ou 2021, haverá novo investimento similar no Chile.

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