Ecossistemas contribuem com 234 mil milhões para a economia da UE

Confagri 05 Jul 2021

Fonte: eco.sapo.pt

Este valor, diz o Eurostat, “é comparável ao valor agregado bruto da agricultura e silvicultura combinados”. A purificação da água é o serviço de ecossistema de maior valor agregado.

Os ecossistemas contribuem com serviços essenciais tanto para a economia mundial como para a sociedade. Mas quanto vale esse contributo, afinal? É possível quantificar? De acordo com o novo relatório “Contabilização dos ecossistemas e dos seus serviços na União Europeia”, publicado recentemente pelo Eurostat, em 2019, o valor económico de um conjunto amplo de serviços de ecossistemas na UE totalizou 234 mil milhões de euros.

Este valor, diz o gabinete de estatística da UE, “é comparável ao valor agregado bruto da agricultura e silvicultura combinados”. A purificação da água é o serviço de ecossistema de maior valor agregado, seguido pela recreação/turismo com base na na natureza.

Outros serviços de ecossistemas contabilizados incluem o fornecimento de alimentos, filtragem do ar e da água, polinização, regulação do clima, proteção contra eventos climáticos extremos, como ondas de calor e inundações, e muito mais. A capacidade dos ecossistemas de fornecer estes mesmos “serviços” depende da sua extensão (ou seja, tamanho) e da sua condição (“saúde”), refere ainda o Eurostat.

O relatório revela precisamente os fluxos de serviços que as florestas, rios, pastagens, pântanos e outros ecossistemas fornecem. E mostra ainda como “restaurar ecossistemas degradados pode vir duplicar a contribuição da natureza para a economia e a sociedade da UE”.

O mesmo documento faz as contas com base nos dados de 2012 e mostra que os ecossistemas da UE geraram um fluxo anual de sete serviços de ecossistemas selecionados — polinização de culturas, fornecimento de culturas, fornecimento de madeira, purificação de água, proteção contra inundações, sequestro de carbono e recreação em áreas naturais de alto valor — no valor de 172 mil milhões de euros. As florestas são responsáveis por quase metade desse fornecimento. Em sete anos, este valor quase duplicou — para os 234 mil milhões em 2019 — revela agora o novo relatório “Contabilização dos ecossistemas e dos seus serviços na União Europeia”.

Em Portugal, por exemplo, a floresta ocupa perto de 38,8% do território continental (3.460 milhares de hectares, uma área que vindo a ser reduzida em média em 592 hectares por ano entre 1015 e 2018). Somando a floresta e os sistemas agroflorestais, a área arborizada chega aos 47%. Entre 1995 e 2007 a floresta portuguesa teve um ganho anual médio superior a 13,5 mil hectares, que se manteve até 2015.

Mas quanto vale tudo isto para a economia portuguesa? Diz a Direção Geral das Atividades Económicas que “a floresta nacional tem uma evidente importância para o país, que se reflete em termos económicos (base de fileiras industriais desenvolvidas), em termos sociais (geradora de emprego em zonas rurais) e em termos ambientais (regulação do sistema hídrico, de preservação de solo e de proteção microclimática)”.

Juntas, as indústrias de base florestal (madeira e cortiça, pasta e papel) tiveram em 2018 um volume de negócios combinado de 8,1 mil milhões, o que equivale a 4% do PIB e 7% das exportações nacionais em 2019 (4.204 milhões de euros), revelam as Estatísticas Setoriais das Indústrias de Base Florestal (DGAE).

As empresas no setor industrial de base florestal ultrapassam as 5.600 e em conjunto geral um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 1.912 milhões de euros (dados de 2018).

Os serviços do ecossistema ou serviços ambientais traduzem assim os benefícios que a humanidade retira dos ecossistemas e podem incluir bens materiais e/ou serviços imateriais.

De acordo com o Eurostat, a contabilidade de ecossistemas é um campo emergente que visa fornecer uma orientação acordada internacionalmente para medir e registar mudanças em ecossistemas e serviços de ecossistemas de maneira consistente e comparável. No contexto do Green Deal Europeu, a Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030 exige o estabelecimento de uma iniciativa internacional de contabilidade do capital natural.

Liderados pelo Eurostat, a Comissão Europeia e a Agência Europeia do Ambiente estabeleceram então um Sistema Integrado de Contabilidade de Capital Natural e Serviços Ecossistémicos para a UE – INCA. O INCA contém três tipos de contas: extensão, condição e serviços ecossistémicos. Os dois primeiros rastreiam as mudanças no capital natural: a área total dos ecossistemas e sua condição ou integridade.

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