Fonte: noticiasaominuto.com/Lusa
O desavinho, uma doença causada por condições climatéricas adversas, passa a ser abrangido pelo seguro coletivo de colheitas da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).
A instituição deu hoje esta informação, registando que “o maior seguro agrícola do país cobre já cerca de 15 mil viticultores na Região dos Vinhos Verdes, garantindo 30 cêntimos por cada quilo de uva perdido em caso de queda de raio, escaldão, geada, granizo, queda de neve, tornado ou tromba de água”.
O seguro de colheitas da CVRVV, contratado em 1997, “passa agora a prever a perda sempre que se verifique uma das maiores preocupações dos produtores, o desavinho, que consiste no aborto da flor que causa a perda da produção média normal da videira, calculada na fase de maturação do cacho”.
A Comissão explica que o desavinho é “provocado por fenómenos climáticos que ocorram na altura da floração, tais como chuvas persistentes, temperaturas muito elevadas ou muito baixas para a época, humidades relativas muito elevadas, com a formação de nevoeiros”.
O desavinho passa a ser coberto pela primeira vez numa apólice desta natureza, após estudos que permitiram caracterizar tecnicamente o seu risco potencial.
A CVRVV estima que, em anos mais difíceis, o risco de desavinho possa representar “10 a 20% dos acidentes ocorridos na vinha e esta realidade levou a instituição a incluí-lo no seu seguro coletivo de colheitas, o que constitui uma boa notícia para os produtores.
“É uma necessidade já vinha sendo identificada pelos sucessivos episódios meteorológicos que a que vamos assistindo, fruto das alterações climáticas”, explica o presidente da Comissão.
Manuel Pinheiro refere que “a produção de uva é bastante afetada por acidentes climatéricos e uma das consequências que tem vindo a manifestar-se crescentemente é o desavinho”, o que motivou a CVRVV para a “necessidade de ampliar o apoio efetivo aos viticultores da Região, para garantir que a produção está segura”.