De Alcoutim vão sair ideias para tentar salvar o país da seca e da desertificação. Nesta vila do nordeste algarvio está sedeado o Centro de Competências de Luta Contra a Desertificação.
O diagnóstico do País está feito e só tem vindo a piorar: «60 por cento do território tem suscetibilidade moderada à desertificação e 11 por cento uma suscetibilidade alta», revela Maria de Belém Freitas. Esta professora da Universidade do Algarve faz parte da equipa do Centro de Competências de Luta contra a Desertificação criado recentemente pelo Governo e sedeado em Alcoutim.
Esta vila do nordeste algarvio é o exemplo de uma das zonas mais desertificadas do país, onde as alterações climáticas mais se têm feito sentir. Aqui, tal como noutros pontos de Portugal os sinais de seca são evidentes. «O solo está degradado, temos destruição da vegetação e perda da produtividade biológica e económica», o que leva ao despovoamento. A desertificação do solo leva à desertificação humana do território.
Osvaldo Gonçalves, presidente da câmara de Alcoutim explica que, por vezes, basta sair um casal do concelho para que tudo mude. «O afastamento de um, dois ou três casais da terra pode condicionar o encerramento de uma turma e de uma escola, tal como aconteceu este ano», lamenta o autarca.
Este Centro de Competências de Luta contra a Desertificação agrega universidades, associações de desenvolvimento local, autarquias e empresas.
Mais do que fazer o diagnóstico da situação quer apresentar soluções. O autarca de Alcoutim espera que este organismo seja uma luz ao fundo do túnel na resolução de alguns problemas que afetam sobretudo o interior do País. A sua existência «é já um pequeno nicho de esperança para nós», explica.
O facto de quatro ou cinco pessoas se virem a instalar neste local para trabalhar no Centro é para o autarca desta vila raiana um sinal de que algo pode mudar. Mais que não seja será aumentar, ainda que provisoriamente, o número de habitantes que tem vindo a diminuir ao longo dos tempos.
Fonte: TSF