Fonte: rr.sapo.pt
Os gafanhotos cobrem cerca de 20% do planeta, isto é, duas vezes a área total da Rússia (o maior país do mundo).
São 150 milhões de gafanhotos por quilómetro quadrado. É mais ou menos esta a dimensão de um enxame e o tamanho da ameaça que recai sobre a África Oriental.
Nos últimos dias, os gafanhotos têm sido notícia pela capacidade de destruir colheitas inteiras numa das regiões mais pobres do mundo.
No Quénia, os agricultores garantem que não se via nada assim há pelo menos 70 anos. Já na Índia, na Etiópia e na Somália, este é o pior surto de gafanhotos dos últimos 25 a 27 anos.
As fortes chuvadas que caíram na região do corno de África entre outubro e dezembro do ano passado são uma das razões que explicam este fenómeno. A chuva torna a vegetação mais abundante, criando um habitat ideal para os gafanhotos.
É aqui que os números entram para melhor compreendermos a dimensão do problema. Em termos globais, os gafanhotos cobrem aproximadamente 20% do planeta.
Se considerarmos que o planeta tem, aproximadamente, 149 milhões de quilómetros quadrados de área terrestre, 20% são 30 milhões de quilómetros quadrados, ou seja, quase duas vezes a área total da Rússia, que é o maior país do mundo, com 17,1 milhões de quilómetros quadrados.
A FAO, a agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, estima que um enxame de gafanhotos pode conter até 150 milhões de exemplares por quilómetro quadrado, que conseguem percorrer 150 quilómetros em 24 horas.
150 milhões de gafanhotos comem o equivalente ao seu peso num dia. Ou seja, um quilómetro quadrado destes simpáticos insetos verdinhos pode consumir a mesma quantidade de alimentos de 35 mil pessoas.
Nas atuais condições climatéricas da África Oriental, os cientistas admitem que o número de gafanhotos possa aumentar 500 vezes até junho. Porque, a cada gestação, uma fêmea pode depositar até 360 ovos de cada vez e, em três meses, os rebentos estão cá fora.