Alterações climáticas, dogmas e certezas da atividade pecuária

Confagri 31 Out 2019

A atividade pecuária faz parte do imaginário coletivo Português, acontece nos mais remotos territórios nacionais, e por sua vez alavanca também um conjunto de outras atividades cada vez mais importantes para a economia nacional como o turismo, onde é decisivo o contributo para a fixação de pessoas ao território.

As alterações climáticas são um tema incontornável das políticas futuras de qualquer país, mas é importante que se diga que são os agricultores aqueles que estão mais preocupados com este fenómeno. Aliás, quando se fala em descarbonização da sociedade é importante que se diga que o sector agrícola é o único que já contribuiu positivamente para esse objetivo e de uma forma natural, através dos milhares de hectares de solos cultivados que servem de sumidouros naturais de carbono, gerando um saldo ambiental positivo e sustentável para o país.

É importante que o país saiba, que o sector e as suas organizações são responsáveis e não fogem a este debate.

Aliás, exigimos ser envolvidos, pois consideramos que somos parte da solução. Portugal é deficitário em carne e, nesse sentido, deve apostar em equilibrar a sua balança comercial através do aumento da sua produção nacional, reduzindo dessa forma a pegada de produtos vindos de outras partes do globo.

A pecuária nacional é hoje uma atividade que utiliza as mais modernas técnicas de arraçoamento e onde a tecnologia é uma realidade. A FENAPECUÁRIA, ao longo dos últimos anos, tem defendido e apresentado algumas propostas que consideramos justas e positivas para o sector e para o pais:

  • Defendemos que devemos fomentar os princípios da economia circular e valorizar os efluentes pecuários na fertilização dos solos em detrimento do uso de fertilizantes sintéticos;
  • Defendemos que as compras das cantinas públicas sejam mais sustentáveis. Importa que haja a coragem de definir regras onde as cantinas públicas possam comprar produtos agrícolas locais, onde a variável distância do produto onde é produzido e consumido seja tida em consideração. Para tal, é necessário que o código da contratação pública seja alterado;
  • Defendemos que alguns nomes e terminologias comerciais como hambúrguer, salchichas, chouriças e afins, sejam exclusivamente usadas no sector cárnico, para impedir confusão junto do consumidor. Esta é uma medida fundamental e que deve ser defendida e aprovada em Bruxelas para todo espaço da zona Euro.

Os agentes do sector devem perceber os sinais dos tempos e também mudar a forma como comunicamos. Os nossos discursos devem abandonar terminologias como extensivo ou intensivo, e substituir pela palavra eficiência, essa sim, cientificamente sustentada.

As associadas atuais e futuras da FENAPECUÁRIA sabem que estamos atentos e que temos vindo a atuar nos locais próprios em defesa dos interesses do sector. Mas importa, que saibamos todos, que poderá chegar o momento em que a necessidade obrigue a tomar medidas mais duras em defesa do sector.

Os produtores pecuários e as suas organizações sabem que podem contar com o meu empenho, eu conto seguramente com todos.

Idalino Leão
Administrador da CONFAGRI e Presidente da FENAPECUÁRIA

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