“As 100 maiores Cooperativas de 2023”
Um Relatório da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social
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No âmbito da celebração do Ano Internacional das Cooperativas e no seguimento do trabalho que tem vindo a desenvolver nos últimos anos, a CASES (Cooperativa António Sérgio para a Economia Social) disponibilizou o ranking nacional das 100 Maiores Cooperativas de 2023, considerando a informação recolhida através do Portal de Credenciação da CASES para as cooperativas sediadas em Portugal Continental e a informação solicitada aos organismos competentes das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.
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Constituído por cerca de 74.000 entidades, neste estudo pode testemunhar-se como o universo cooperativo português para além de vasto, é de grande relevância para a esfera económica e social, contribuindo para a inclusão, criação de emprego e riqueza. Também por isso, é incluído neste estudo, os dados relativos à contribuição das cooperativas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com enfoque especial no ODS 5 – Igualdade de Género e no ODS 8 – Trabalho Digno e Crescimento Económico.
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Neste artigo, iremos dar particular ênfase a alguns dados relativos aos ramos Agrícola e de Crédito que, como iremos observar, têm tido particular relevância para o setor.
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RANKING DAS 10 MAIORES COOPERATIVAS AGRÍCOLAS DE 2023
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1.º | AGROS – União das Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes, UCRL;
2.º | AGRIBAR – Cooperativa Agrícola de Barcelos, CRL;
3.º | UNICOL – Cooperativa Agrícola, CRL;
4.º | LACTAÇORES- União das Cooperativas de Lacticínios dos Açores, UCRL;
5.º | Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, CRL;
6.º | PROLEITE – Cooperativa Agrícola de Produtores de Leite, CRL;
7.º | UNILEITE -União das Cooperativas Agrícolas de Lacticínios da Ilha de São Miguel, UCRL;
8.º | LACTICOOP -União de Cooperativas de Produtores de Leite de Entre Douro e Mondego, UCRL;
9.º | Cooperativa Agrícola do Bom Pastor, CRL;
10.º | Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, CRL;
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DADOS RELEVANTES
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As cooperativas do Ramo Agrícola, tal como nos anos anteriores, continuam a dominar a composição da lista (79), estando representadas em quase todos os distritos de Portugal Continental (Figura 1).
Destaque-se que, à semelhança do ano anterior, 21 das cooperativas incluídas no Top 100 estão sediadas em territórios do Interior, sendo todas do Ramo Agrícola. Em conjunto, estas cooperativas representam 10,2% do Volume de Negócios e 9,2% do total de emprego.
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Segundo o estudo, em 2023, o Volume de Negócios global das 100 maiores Cooperativas atingiu cerca de 3,55 mil milhões de euros, refletindo um crescimento de 8% face ao ano anterior. O Ramo Agrícola continua a manter-se como o principal motor económico do ranking, com um contributo crescente: 64,1% do Volume de Negócios em 2023 face a 62,8% em 2022 (Figura 6).
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Analisando os escalões de Volume de Negócios, constata-se que mais de metade das cooperativas faturaram entre 10 e 50 milhões de euros (Figura 8). Apenas 15 cooperativas superaram os 50 milhões de euros, sendo que 10 das mesmas pertencem ao Ramo Agrícola.
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Relativamente à distribuição de emprego, constata-se que estas 100 maiores cooperativas aglomeram um total de 8.590 postos de trabalho, tendo o Ramo Agrícola obtido o maior peso no total de emprego gerado (Figura 9), com quase metade dos postos de trabalho (47.4%).
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No seu conjunto, os Resultados Líquidos atingiram 74,82 milhões de euros, mais uma vez, superando significativamente o resultado da lista de 2022 – mais 22%. Quanto ao Ramo Agrícola, observe-se que assegurou, novamente, mais de metade dos resultados totais da lista (Figura 12).
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RANKING DAS 10 MAIORES COOPERATIVAS DE CRÉDITO
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1.º | Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, CRL;
2.º | Caixa de Crédito Agrícola Mútuo Centro Litoral, CRL;
3.º | Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Noroeste, CRL;
4.º | Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Azul, CRL;
5.º | Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, CRL;
6.º | Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Algarve, CRL;
7.º | Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Leiria, CRL;
8.º | Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Alto Douro, CRL;
9.º | Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Esposende, CRL;
10.º | Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras, CRL.
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Comparando o ranking de 2023 em relação ao ano anterior, oito cooperativas mantêm a posição, duas subiram um lugar e a maioria desceu uma posição no ranking. A Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, CRL continua a liderar o ranking, posição que ocupa de forma consistente desde 2019.
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DADOS RELEVANTES
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As 20 maiores Cooperativas de Crédito em 2023 estão distribuídas por 11 distritos de Portugal Continental e pela Região Autónoma dos Açores.
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Neste ano de 2023, regista-se a entrada do distrito da Guarda, ausente no ranking anterior. O distrito de Leiria mantém-se como aquele que concentra o maior número de Cooperativas de Crédito, tal como em edições anteriores, seguido por Faro, Braga, Lisboa e Porto (Figura 23). Importa ainda destacar que seis das Cooperativas incluídas neste Top 20 estão sediadas em Territórios de baixa densidade.
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No que respeita ao Total do Ativo Líquido e ao Emprego gerado por estas entidades, Lisboa continua a liderar, em grande parte devido ao peso da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo. Este efeito é especialmente evidente na rubrica do Ativo Líquido, com Lisboa a representar quase 55% do total. Leiria surge em segundo lugar nestes dois indicadores, seguida de Faro (Figura 24 e Figura 25).
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Relativamente ao Ativo Líquido Total das 20 maiores Cooperativas de Crédito, este ultrapassou os 24,76 mil milhões de euros, traduzindo um crescimento nominal de 2,2% face a 2022. Também o valor mínimo registado individualmente seguiu esta tendência positiva, com um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior.
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Empregando cerca de 2.199 trabalhadores, importa ainda referir que todas as cooperativas incluídas neste ranking registaram aumentos nas três rubricas analisadas: margem financeira, produto bancário e resultados líquidos.
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CONCLUSÃO
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Assim como temos vindo a defender, o setor cooperativo agrícola e de crédito aglomeram números demasiado importantes para não serem alvo de atenção política.
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Neste estudo é possível compreender como, de facto, este setor tem um peso preponderante para a economia portuguesa, bem como a esfera social, sendo ainda, no caso agrícola, um forte agente de coesão territorial, mantendo vivos muitos territórios.
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Para a CONFAGRI, importa continuar a promover estudos que, tal como este, demonstrem o potencial incontestável que o setor primário e cooperativo têm para o crescimento sustentável do País.
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Consulte aqui o estudo completo e aqui o estudo referente a 2022.
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