Fonte: vidarural.pt
O projeto europeu REDwine vai implementar um novo modelo de negócio de economia circular nas produções de vinho da Adega de Palmela, até 2025. O modelo quer produzir de biomassa de microalgas ao utilizar os efluentes gasosos e líquidos na fermentação do vinho.
Em comunicado, a Adega de Palmela explica que o projeto pretende demonstrar a viabilidade técnica, económica e ambiental, reutilizando as emissões de CO2 produzidas na indústria vinícola ao transformar carbono da produção de vinho em biomassa com diferentes aplicações.
Os equipamentos instalados no espaço da Adega de Palmela produzem microalgas, reutilizando 90% do dióxido de carbono que resulta da fermentação do vinho (processo em que o açúcar das uvas é transformado em álcool). O intuito é produzir ingredientes sustentáveis a um custo competitivo para formulações de alimentos (proteínas e ácidos gordos), cosméticos (peptídeos, óleos ricos em carotenóides e polissacarídeos activos), agricultura (hidratos de carbono como bio-estimulantes para a videira) e produção de vinho (proteínas para clarificação do vinho).
Posteriormente, será instalado um equipamento de conversão do CO2 em gelo seco, para que possa ser usado nas uvas dos associados. Vai existir ainda espaço para o engarrafamento de CO2, usado para vinhos frisantes ou vendido para outras indústrias alimentares.
A marca de vinhos da região de Setúbal junta-se, assim, ao projeto candidatado a nível europeu pela AVIPE, que conta com seis pilares:
- desenvolvimento do modelo de negócio inovador;
- captura, armazenamento e fornecimento de gases de escape de fermentação;
- cultivo de clorela usando CO2 e efluentes líquidos da indústria do vinho;
- bio-refinaria de clorela e produtos de consumo;
- segurança, sustentabilidade e avaliação social;
- captação de mercado e comercialização.
“Este projeto mostra que a região, e a atividade vinícola, pode estar na vanguarda do combate às alterações climáticas, fomentado ao mesmo tempo a sustentabilidade. Além da Adega de Palmela, o projeto conta ainda com os contributos de outros dez parceiros sendo um deles o IPS”, explica o coordenador do projeto REDwine, Miguel Cachão.