Estatísticas Agrícolas – 2022

Confagri 21 Jul 2023

Fonte: ine.pt

O ano agrícola 2021/2022 em Portugal continental caracterizou-se em termos meteorológicos como
extremamente quente (o mais quente desde 1931/32) e muito seco. A seca meteorológica de 2022 foi das mais severas desde que existem registos sistemáticos, com praticamente todo o território continental em seca severa e extrema nos meses de fevereiro, maio, junho, julho e agosto.

Produção vegetal

A campanha de cereais de inverno de 2022 foi a pior de sempre, tendo sido inclusivamente inferior à
produção da campanha de 2012, coincidindo as piores campanhas cerealíferas com as secas mais graves.
Nas culturas de primavera, a subida da cotação internacional do milho não teve impacto na área semeada
(+0,2%, face a 2021), eventualmente devido ao significativo aumento dos preços dos meios de produção,
sobretudo dos fertilizantes, energia e combustíveis. A produção de arroz foi 155,6 mil toneladas, o que
corresponde a uma diminuição de 11,6%, face à campanha anterior. Também a produção de tomate
decresceu 19,7%, relativamente à campanha anterior, quer devido à redução de área, quer às elevadas
temperaturas estivais (que afetaram a floração e causaram muitas ocorrências de escaldão nos frutos em
crescimento) e à precipitação no final da campanha, que originou podridões e atrasos nas maturações e
colheitas.

A produção de maçã decresceu 20,9% relativamente ao ano passado que, recorde-se, foi a segunda colheita mais produtiva dos últimos 35 anos. A colheita da pera concluiu-se com quebras de produção de 41,3%, relativamente à campanha anterior, devido às condições meteorológicas adversas e à estenfiliose.

Na Cova da Beira, a queda de cerejas foi inferior ao esperado e a colheita decorreu em boas condições, o que contribuiu para uma produção ligeiramente superior à alcançada na campanha passada (+3,1%), sendo a mais produtiva de sempre.

Na laranja, o aumento de produção, quer nas variedades temporãs, quer nas tardias, contribuiu para a
melhor campanha de sempre, 4,0% acima da produção registada em 2021.

A entrada em produção dos novos amendoais do Alentejo foi suficiente para compensar a diminuição de produção registada em Trás-os-Montes, essencialmente devido à situação de seca e às geadas tardias. A produção global aumentou 11,5% face à campanha anterior, sendo a mais produtiva dos últimos 30 anos.

O calor extremo de julho e de agosto conduziu a situações muito frequentes de escaldão na vinha e dessecação dos cachos, bem como à paragem de desenvolvimento dos bagos, situação desbloqueada pelas chuvas de setembro. A produção foi inferior em 7,3% à da vindima de 2021.

A produção de azeite foi 1,378 milhões de hectolitros (cerca de 126 mil toneladas), o que correspondeu a uma diminuição de 39,8% face à campanha de 2021. De notar que, mesmo num ano tão adverso e exigente para a produção de azeite como foi 2022, foi alcançada a quarta maior produção de sempre, apenas abaixo das campanhas de 2021, 2019 e 2017.

Produção animal

A produção total de carne situou-se nas 914 mil toneladas, refletindo praticamente uma manutenção (+0,3%) face a 2021.

A produção de carne de reses (490 mil toneladas, incluindo a carne de bovinos, suínos, ovinos, caprinos e equídeos) teve uma descida de 1,6%. A produção de carne de animais de capoeira (inclui galináceos, perus e patos) cresceu 2,9%, tendo atingido as 410 mil toneladas.

As produções de carne de bovino (104 mil toneladas) e caprino (1,3 mil toneladas) mostraram aumentos face a 2021, de 0,8% e 4,9%, respetivamente.

Pelo contrário, as produções de carne de suíno (370 mil toneladas) e de ovino (14,8 mil toneladas) registaram decréscimos de 2,0% e 7,1%, respetivamente.

A produção de carne de frango (329 mil toneladas) cresceu 5,2%, enquanto os segmentos da carne de peru (51,2 mil toneladas) e de pato (10,3 mil toneladas) tiveram reduções de 6,9% e 1,2%, respetivamente, em relação a 2021.

A produção bruta de ovos de galinha totalizou 150 mil toneladas, um aumento de 5,5%, com o volume de ovos para consumo (129 mil toneladas) a crescer 5,9% e o de ovos para incubação (21,0 mil toneladas) a aumentar 3,1%, face a 2021.

A produção total de leite contabilizou 1 969 milhões de litros, correspondente a menos 3,3% relativamente a 2021, com o volume de leite de vaca (1 871 milhões de litros) a diminuir 3,4% e os leites de ovelha e cabra também com decréscimos de 2,4% e 2,7%, respetivamente.

A produção da indústria de lacticínios nacional em 2022 resultou num menor volume total de produtos lácteos, evolução que ficou a dever-se ao decréscimo ocorrido tanto nos produtos frescos (leite para consumo inferior em 1,8%), como nos produtos transformados (manteiga e leite em pó diminuíram 12,7% e 23,3%, respetivamente).

Consulte a Publicação Estatísticas Agrícolas – 2022 aqui

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