Fonte: IVV
Estima-se que a produção de vinho na campanha 2021/2022 atinja um volume de 6,5 milhões de hectolitros, o que se traduz num acréscimo de 1% relativamente à campanha 2020/2021.
O acréscimo global de produção, em relação à campanha anterior, é sustentado pela maioria das regiões vitivinícolas, destacando-se a região do Douro e Porto com o maior aumento de volume (+ 253 mil hectolitros) e a região das Terras de Cister, com o maior crescimento percentual (+35%).
É nas regiões dos Açores (-25%), do Minho (-15%) e de Lisboa (-15%), onde se antecipam as maiores quebras de produção, face à campanha anterior.
Apesar de alguma instabilidade meteorológica observada ao longo do ciclo vegetativo da cultura, no geral, as uvas apresentam um bom estado fitossanitário perspetivando-se a produção de vinhos de boa qualidade.
Na região do MINHO, é esperado um decréscimo na produção de 15%. A instabilidade climática registada na altura do vingamento desencadeou fenómenos de desavinho e bagoinha, principais responsáveis, por esta quebra. A pressão das doenças tem sido baixa. Prevê-se um atraso do ciclo de 8 a 10 dias. É esperada uma produção de boa qualidade.
Na região de TRÁS-OS-MONTES a previsão aponta para um aumento na produção de 5%. A perspetiva da qualidade e sanidade geral das uvas é equiparada à campanha anterior, não se tendo registado ocorrências de pragas e doenças.
Na região DOURO E PORTO prevê-se um acréscimo da produção de vinho de 20%. Um ano de desenvolvimento normal, com fenómenos de granizo muito localizados. O míldio e o oídio não tiveram impacto significativo na produção. Prevê-se boa qualidade da produção.
Na região da BEIRA ATLÂNTICO a previsão aponta para uma produção semelhante à campanha passada. No início houve um aumento do número de tratamentos fitossanitários. Bom desenvolvimento vegetativo das videiras com previsão de uma produção de alta qualidade.
Na região TERRAS DO DÃO prevê-se um aumento na produção de 15%. Até ao momento os problemas sanitários, nomeadamente ataques de míldio e oídio foram reduzidos na região. Verificaram-se casos zonais de granizo e geada tardia. O ciclo nesta data encontra-se com cerca de 8 a 10 dias de atraso. Existem boas perspetivas de qualidade.
Na região TERRAS DA BEIRA a previsão aponta para um acréscimo de produção de 10% face à campanha passada. Em termos gerais o estado fitossanitário é bom, apesar de se ter verificado infeções de míldio tardio, com poucas consequências na produção e alguns focos de oídio.
Na região TERRAS DE CISTER espera-se um aumento de 35%. As uvas estão em bom estado sanitário, apesar de pontuais focos de oídio. Em algumas freguesias principalmente em Lamego e Armamar, houve a ocorrência de granizo. Prevê-se um bom ano em quantidade e qualidade.
Na região do TEJO prevê-se uma ligeira quebra de produção de 5%. Não houve grande pressão de doenças fúngicas apesar da ocorrência de alguns focos de míldio. São esperadas uvas de boa qualidade.
Na região de LISBOA perspetiva-se um decréscimo de 15% na produção. Verificaram-se alguns focos localizados de míldio e oídio, mas que não comprometeram a qualidade sanitária. A previsão é de uvas sãs e de qualidade. Existe um atraso no ciclo vegetativo de mais ou menos duas semanas.
Na região da PENÍNSULA DE SETÚBAL é esperado um aumento de produção de 5%. Verificou-se algum desavinho e situações pontuais de oídio. O ciclo vegetativo foi regular, as uvas apresentam-se sãs e prevê-se um nível qualitativo elevado.
Na região do ALENTEJO estima-se que a produção de vinho aumente 5%. As temperaturas registadas são as ideais para um bom desenvolvimento vegetativo. As vinhas apresentam-se em bom estado sanitário, não havendo registo de impactos substanciais de pragas e/ou doenças. Na generalidade apesar da estimativa de maior produção é esperado uvas de boa qualidade.
Na região do ALGARVE a previsão de produção aponta para um aumento de 10%. A precipitação verificada na primavera e as temperaturas amenas favoreceram a floração e o vingamento, contribuindo para o aumento do bago. Atualmente as temperaturas elevadas contribuem para uma boa maturação. Boa sanidade e qualidade geral.
Na região da MADEIRA estima-se uma quebra de produção de 3%. Em comparação com o ano de 2020, o desenvolvimento vegetativo está sincronizado. Na generalidade, as vinhas encontram-se em bom estado fitossanitário.
Na região dos AÇORES a previsão global é de uma diminuição de produção de 25%. Este decréscimo deve-se essencialmente à passagem da tempestade “Lola” no final de abril, que acabou por causar a quebra de pâmpanos e a destruição de floração por ação dos ventos salinos. Este fenómeno foi sobretudo mais notório em vinhas com abrolhamento mais precoce e com sistema de condução não tradicional (os muros de pedra tiveram um papel ativo na proteção contra estes danos). Apesar desta adversidade, existe a perspetiva, de uma boa qualidade das uvas para a presente campanha.