Fonte: portugal.gov.pt
O Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, participou no seminário «Escolhas Alimentares Informadas: Literacia Nutricional do Consumidor», promovido pela Ordem dos Nutricionistas, em Lisboa. A sua intervenção ocorreu integrada no painel «Do Desafio à Ação», sob o tema «Visão da Agricultura».
«A Agricultura está na base do sistema alimentar e assume uma missão que passa por assegurar o equilíbrio desse sistema, a sua sustentabilidade e por garantir alimentos de qualidade e seguros», sublinhou o Secretário de Estado.
Nuno Russo afirmou que ainda muito pode ser feito em prol de «mais transparência e interação na relação com o consumidor que, hoje, também quer escolher mais e melhor», devendo ser sempre tido em consideração que, «no âmbito da Política Agrícola Comum e em linha com o novo Pacto Ecológico Europeu, a alimentação europeia deve continuar a ser segura, nutritiva e de elevada qualidade, pelo que é necessário protegê-la, garantindo o mínimo impacto na natureza».
Nuno Russo referiu que «os futuros consumidores vão desejar ter acesso a dados que lhes permitam fazer escolhas mais informadas do ponto de vista nutricional, mas também ambiental, entre outros. Informação, essa, que também permitirá valorizar o que produzimos, a sua genuinidade, e, consequentemente, as pessoas, as suas competências e os territórios que as rodeiam».
«Enquanto bens económicos, os géneros alimentícios estão no centro das políticas públicas europeias relativas à produção e disponibilização desses bens. No espaço económico em que nos inserimos, as políticas em matéria alimentar, designadamente no que toca à informação disponibilizada, são harmonizadas através de regulamentação extensa, vasta e que é comum a toda a União Europeia, disse ainda.
O Secretário de Estado destacou também que «uma das grandes preocupações, que tem sido manifestada pela área governativa, prende-se com a eventual discriminação de determinados alimentos em detrimento de outros. A alteração de perfis nutricionais de produtos, para adaptação a um esquema fixo de rotulagem voluntário, poderá ser fácil para alimentos correntes, sendo muito pouco desejável que ocorra para produtos tradicionais ou produtos com valorização de qualidade reconhecida».
Nuno Russo concluiu apelando à «harmonização das regras», refletindo, «por um lado, a perceção, pelo consumidor, sobre determinados nutrientes específicos e, por outro, a avaliação do alimento como um todo, integrando, ainda, um regime alimentar em linha com a estratégia para a promoção de uma alimentação e dieta saudáveis, respeitando, no entanto, os produtos tradicionais que fazem parte da identidade nacional».
N seminário interveiro também o Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres.