Neutralidade carbónica implicará mais 2 mil ME em investimento por ano

Confagri 04 Dez 2018

«A meta do Roteiro é fazer com que Portugal esteja, em 2050, em condições de emitir anualmente 10 milhões de toneladas de dióxido de carbono»

O investimento anual em Portugal deverá aumentar 2 mil milhões de euros para tornar o país neutro nas emissões de dióxido de carbono até 2050, afirmou esta terça-feira o ministro do Ambiente, que considera o número exequível e possível.

Em declarações aos jornalistas, à margem da apresentação do Roteiro para a Neutralidade Carbónica, João Pedro Matos Fernandes indicou que o nível anual de investimento feito em Portugal atinge «30 mil milhões de euros», valor a que deverá acrescer 2 mil milhões de euros por ano de investimento, a maioria privado.

O maior investimento deverá ser no setor dos transportes e na passagem de veículos a combustão para veículos elétricos. Progressivamente, os veículos elétricos deverão ser mais baratos, ao ponto de não compensar a ninguém comprar carros a gasóleo ou gasolina, apontou.

A meta do Roteiro é fazer com que Portugal esteja, em 2050, em condições de emitir anualmente 10 milhões de toneladas de dióxido de carbono, mas que as suas florestas e solos sejam capazes de compensar essas emissões, ou seja, atingir a neutralidade carbónica.

O ministro deixou em aberto a possibilidade de as autarquias optarem por proibir a circulação de veículos poluentes, mas frisou que será decisivo fazer carros elétricos a baixos preços e diminuir despesas de circulação e manutenção.

As mudanças preconizadas até 2050 incidem especialmente nos setores da mobilidade e da produção de eletricidade e os anos entre 2020 e 2030 serão «os mais exigentes em investimento e criação de riqueza e emprego mais qualificado», disse o ministro.

Em 2030, Portugal deverá conseguir 80 por cento da sua eletricidade a partir de fontes renováveis e 20 anos mais tarde, toda a eletricidade será limpa.

Isso implicará aumentar a capacidade de produção de 7 para 13 gigawatts, sobretudo a partir de energia solar, porque se prevê que haja menos água disponível para usar em produção energética, mas também aumentando a potência dos parques eólicos.

João Pedro Matos Fernandes indicou que, hoje, Portugal importa 75 por cento das suas necessidades energéticas, mas que em 2050 deverá importar apenas 17 por cento.

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, referiu que a importação de produtos petrolíferos é um dos principais fatores de desequilíbrio da balança comercial portuguesa.

O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, afirmou na apresentação do roteiro que se poderão poupar 128 mil milhões de euros entre 2020 e 2050 em importação de combustíveis. Siza Vieira admitiu que «a mudança também é um sobressalto e alguns setores vão ter mais dificuldades».

Matos Fernandes disse aos jornalistas que a agricultura, que deverá ser tendencialmente mais biológica, é um desses setores, porque depende de políticas comuns definidas na União Europeia.

O cumprimento do roteiro não será «uma restrição à atividade económica» porque, no melhor dos cenários previstos, a economia, o emprego e a população crescem simultaneamente.

Caracterizando a manhã de uma família portuguesa em 2050, num cenário em que se atinja a neutralidade, Matos Fernandes disse que será «uma manhã em que, logo em casa, a água quente que utilizam será aquecida com energia solar». «A sua deslocação para o trabalho ou para a escola será ou num transporte coletivo eletrificado ou a hidrogénio ou num carro partilhado e também elétrico», prosseguiu.

Um dia de trabalho em 2050 será também feito «num edifício 100 por cento descarbonizado, com fontes elétricas e com águas quentes solares», num contexto de «mais mobilidade, menos congestionamento e mais atividade económica», porque haverá menos carros a circular e o tempo e espaço necessários para estacionar serão menores.

«Será certamente um dia em que a qualidade do ar da sua cidade será muito melhor do que hoje», concluiu. A meta do Roteiro é fazer com que Portugal esteja em 2050 em condições de emitir anualmente 10 milhões de toneladas de dióxido de carbono, mas que as suas florestas e solos sejam capazes de compensar essas emissões, ou seja, atingir a neutralidade carbónica. O documento estará em discussão pública até ao fim de fevereiro no portal Participa.

Fonte: Lusa

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