Fonte: expresso.pt
A economia portuguesa cresceu 1,8% no segundo trimestre, indica a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística, publicada esta quarta-feira. É o mesmo ritmo de expansão registado no primeiro trimestre, com Portugal a resistir ao abrandamento europeu.
A economia portuguesa conseguiu resistir à degradação da conjuntura internacional e manteve no segundo trimestre o mesmo ritmo de crescimento registado nos primeiros três meses do ano.
Em termos reais, o Produto Interno Bruto cresceu 1,8% em termos homólogos, isto é, em relação ao mesmo período de 2018, e 0,5% em cadeia, ou seja, em relação aos três meses anteriores, indica a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicada esta quarta-feira. São, precisamente, os mesmos valores apurados pelo INE em relação ao primeiro trimestre.
Portugal consegue, assim, resistir ao abrandamento da economia europeia, tal como o Expresso já tinha antecipado.
Segundo a estimativa rápida preliminar divulgada pelo Eurostat no final de julho, no segundo trimestre o PIB aumentou 1,1% na zona euro e 1,3% no conjunto da União Europeia (UE) a 28. Números que comparam com 1,2% e com 1,6%, respetivamente, nos primeiros três meses do ano. Esta quarta-feira o Eurostat atualiza estes números.
O que explica esta evolução da economia portuguesa? O INE ainda não dá detalhes sobre os vários componentes do PIB, que serão divulgados apenas no final de agosto. Mas, já deixa pistas. E a surpresa – positiva – pode ter vindo precisamente da frente externa.
No destaque publicado o INE indica que apesar de o contributo da procura externa líquida (exportações menos importações) para a variação homóloga do PIB continuar no vermelho, “foi menos negativo que o observado no trimestre anterior”. Isto “em resultado da maior desaceleração das importações de bens e serviços que a observada nas exportações de bens e serviços”.
Do lado da procura interna, o INE avança que o contributo positivo para o crescimento do PIB em termos homólogos “diminuiu, refletindo a desaceleração das despesas de consumo final e, em larga medida, do Investimento”.
Recorde-se que o investimento expandiu-se a um ritmo muito elevado no primeiro trimestre, subindo 17,8% em termos homólogos, com a Formação Bruta de Capital Fixo (o indicador-chave para analisar o investimento) a passar de um crescimento homólogo de 4,1% nos últimos três meses de 2018, para 11,7% nos primeiros três meses deste ano.
Quanto ao consumo, os economistas antecipavam alguma moderação, dado o abrandamento do crescimento do emprego e os níveis muito baixos da poupança das famílias portuguesas.