Portugal tem «muito interesse» em relações económicas fortes com Canadá

Confagri 23 Mai 2019

«O CETA Já levou ao aumento do valor das exportações de Portugal para o Canadá em 15 por cento, chegando aos 322 milhões de euros»

Portugal «tem muito interesse em desenvolver relações económicas mais fortes com o Canadá», um mercado «com muito potencial» e que pode ser «uma porta de entrada para os Estados Unidos», disse esta quarta-feira o secretário de Estado da Economia à Lusa.

«Temos muito interesse em desenvolver as relações económicas porque as relações políticas são muito boas. O primeiro-ministro, António Costa, esteve cá no ano passado e queremos dar consistência do ponto de vista económico aquilo que é uma boa sintonia política entre os dois governos», afirmou o secretário de Estado da Economia. João Neves falava à Lusa na terça-feira, na conferência Collision em Toronto, evento tecnológico irmão da Web Summit, que teve início na segunda-feira.

Portugal partilha, atualmente, com os Estados Unidos «relações económicas fortes e tradicionais», mas o Canadá «possui uma economia forte» e tem uma comunidade portuguesa com uma grande dimensão.

«Muitas vezes olhamos como um “alongamento” dos Estados Unidos, mas o Canadá tem um interesse particular. Abordar mercados com uma dimensão mais ajustada para as nossas empresas torna mais fácil o processo de entrada e a partir do Canadá alargar a presença na América do Norte», acrescentou.

O governante ainda realçou a importância do Acordo Comercial Global entre a União Europeia e o Canadá (CETA, sigla em inglês), que permite a ambos os países «melhores condições para o comércio».

O CETA, em vigor desde 21 de setembro de 2017, de uma forma provisória, ainda necessita de ser retificado pelos parlamentos dos 28 países da União Europeia, mas já levou ao aumento do valor das exportações de Portugal para o Canadá em 15 por cento, chegando aos 322 milhões de euros.

«Com o acordo CETA temos melhores condições para fazermos comércio. Há sinais nas nossas exportações para o mercado canadiano que demonstram isso mesmo», frisou.

Durante a sua presença na conferência Collision, João Neves reuniu-se com o presidente da Câmara Municipal de Toronto, John Tory, e ainda almoçou com empresários luso-canadianos.

«Se queremos ter boas relações económicas, temos que ter consistência na abordagem nos mercados que consideramos interessantes. A Collision é apenas um ponto», destacou.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e a Câmara Municipal de Toronto, através do secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, e a vice-presidente da autarquia canadiana, assinaram um Memorando de Entendimento, no dia 6 de maio.

O acordo vai garantir a abertura das instituições locais à boa integração dos portugueses radicados nas comunidades locais, «permitindo estabelecer uma relação muito forte».

«Vamos com certeza estreitar essas relações porque essa relação pode ser útil para a melhor instalação das empresas aqui e também para obter condições para que os investidores do Canadá olhem para Portugal com outros olhos e possam considerar investimentos no nosso espaço económico», concluiu.

As medidas lançadas pelo Governo de Portugal para atrair investimento estrangeiro, Tech Visa e o Startup Visa, foram apresentadas durante a conferência.

Segundo informações do ministério da Economia, desde que o Startup Visa foi lançado em 2018, já se registaram na plataforma 800 “startups” de 83 países. Por sua vez, o Tech Visa conta já com mais de 90 empresas certificadas e foram emitidos mais de 140 Termos de Responsabilidade.

A primeira edição da Conferência Collision, evento irmão do Web Summit, decorre até quinta-feira, no Enercare Centre, em Toronto, contando com mais de 25 mil representantes de comunidades tecnológicas de mais de 120 países.

A delegação portuguesa conta com 50 elementos, é coordenada pela Startup Portugal, em parceria com o município de Lisboa, estando representadas 25 “startups” nacionais.

Fonte: Economia ao Minuto; PortugalNews

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