Portugal foi o país que menos cresceu na agricultura biológica

Confagri 10 Fev 2020

Fonte: dn.pt

Em seis anos, a área relativa ocupada por este modo de cultivo também ficou abaixo da média comunitária.

A área de agricultura biológica cresceu 6,1% em Portugal entre 2012 e 2018, tendo sido o país que menos expandiu este modo de cultivo, em comparação com um crescimento global da União Europeia de 34%. Em todo o espaço comunitário, só a Polónia e o Reino Unido perderam terreno nos seis anos considerados pelo Eurostat.

Contra Portugal pesa também o facto de a percentagem de área de agricultura biológica representar 5,9% do total da superfície agrícola útil, abaixo da média europeia, que é de 7,5%. Por outro lado, o país foi um dos cinco Estados membros onde a área de agricultura biológica que estava em conversão (do regime convencional para o certificado) ficou abaixo dos 10%.

Os dados foram divulgados quando Portugal tem em curso a Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica e o Plano de Ação, em vigor desde julho de 2017, concebida para dez anos, mas com uma revisão intercalar em 2022. Das 58 medidas previstas, estavam executadas 22% até final de dezembro e 35% em curso, de acordo com a Direção-Geral da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (DGDR). O Ministério da Agricultura salienta que as medidas em causa “não visam unicamente o aumento da área”.

Apesar do abrandamento na expansão da área, de 200 833 hectares, em 2012, para 213 118 hectares, em 2018 (dados do Eurostat), o número de produtores registados também cresceu, mas de forma muito mais expressiva, na ordem dos 68%, de 3014, em 2013, para 5213, em 2018 (dados da DGADR).

“Faltam incentivos”

O presidente da Agrobio – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, Jaime Ferreira, atribui o “fraco crescimento” à “falta de incentivo e de apoio por parte dos diferentes governos que passaram por este período, 2012-18”, mas aquilo que considera “mais grave” é que o país tenha menos de 10% da área em conversão, por significar que o “potencial de crescimento é baixo” e por ser um “indicador de falta de aposta”.

Jaime Ferreira recorda que as medidas de apoio à agricultura biológica “estavam integradas nas agroambientais e apenas foram abertas durante um ano, o de 2015”. Desde aí, “nunca mais houve novas ajudas, sobretudo à conversão e manutenção”.

“Este fraco investimento traduz-se numa baixa produção”, alega o dirigente associativo, uma opinião partilhada pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, ao reconhecer que “os aumentos de área são mais significativos nos períodos ou nos anos em que o regime de apoios é efetivo, o que não é presentemente o caso”.

Para agravar a situação, “quem ganhou a corrida em 2015 aos fundos foram os agricultores que investiram em pastagens biológicas, para criação de animais, mas em regime convencional”, alerta Jaime Ferreira, explicando assim que “continua a não haver produtos biológicos no mercado, quando há cada vez mais consumidores interessados” em frutos, cereais ou hortícolas bio, resultando daí elevadas importações.

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