Fonte: INE
De acordo com a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura (CEA) para 2021, o Rendimento da atividade agrícola, em termos reais, por unidade de trabalho ano (UTA), deverá registar um aumento de 11,1%, em consequência dos acréscimos previstos para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) (+9,0%) e para os Outros subsídios à produção (+9,7%), após uma quase estagnação em 2020 (-0,1%).
As exportações de produtos agrícolas, entre janeiro e outubro de 2021, observaram um aumento de 7,6% face ao período homólogo, inferior ao das exportações totais de bens, que aumentaram 17,9%. Por outro lado, no mesmo período, as importações de produtos agrícolas registaram um aumento de 9,8%, inferior ao das importações totais de bens (+18,1%).
A evolução nominal positiva prevista para a Produção vegetal (+16,5%) decorre de acréscimos em volume e em preço (+10,1% e +5,8%, respetivamente). Para este crescimento foram determinantes as evoluções observadas nos Vegetais e produtos hortícolas e nos Frutos.
As estimativas de produção de Cereais apontam para um aumento em volume (+6,9%), em resultado dos aumentos do milho e arroz (+5,0% e +30,0% respetivamente). Com efeito, a campanha cerealífera foi bastante boa, tendo os preços registado um acréscimo significativo (+23,1%), onde se destaca a subida do preço do milho (+36,4%), em consonância com a evolução dos preços nos mercados internacionais.
Para as Plantas forrageiras estimam-se acréscimos em volume e preço (+5,0% e +9,9%, respetivamente), em resultado das condições climatéricas, que permitiram o desenvolvimento das pastagens e promoveram um aumento de biomassa da generalidade das culturas destinadas à alimentação do efetivo animal.
Na Batata e, apesar do atraso na realização das plantações em virtude do frio e precipitação excessivos, o desenvolvimento vegetativo foi regular. Observaram-se aumentos em volume e em preço (+4,6% e +9,9%, respetivamente), por oposição ao ano de 2020, em que o fecho do canal HORECA (hotéis, restaurantes, cafés) e a diminuição da exportação tinham contribuído para uma diminuição acentuada das transações e, consequentemente, do preço (-19,3%).
Para os Frutos, prevê-se um elevado acréscimo da produção em volume (+14,5%), para o qual concorreu a generalidade dos frutos, destacando-se os contributos da maçã, pera, cereja, amêndoa, frutos tropicais e azeitona.
Para a Produção animal antevê-se um acréscimo nominal face a 2020 (+2,9%), em resultado do aumento, quer do volume (1,4%), quer dos preços de base (+1,4%). As produções de bovinos, ovinos e caprinos, aves, leite e ovos deverão ser determinantes para aquela evolução em termos nominais.
Estima-se um acréscimo em volume (+6,3%) nos Bovinos, tendo em conta o aumento dos abates em relação a 2020, quer de vitelos e vitelões, quer de bovinos adultos. O consumo interno e a exportação permitiram o escoamento da produção. Os preços de base diminuíram ligeiramente (-0,4%).
Para os Ovinos e Caprinos, prevêem-se acréscimos do volume e preço da produção (+10,5% e +5,4%, respetivamente), em resultado de um maior abate de animais, quer jovens quer adultos. Estes aumentos refletem, em grande parte, a recuperação relativamente às dificuldades de escoamento sentidas por este sector em 2020, como consequência da conjuntura gerada pela COVID-19.
Em contraciclo com as outras espécies animais, os Suínos deverão decrescer em volume (-0,2%) e preço (-6,1%). A produção revela alguma recuperação do impacto da pandemia, sobretudo no subsetor da carne de leitão, particularmente afetado pelo encerramento da restauração. No entanto, apesar das boas perspetivas verificadas no início do ano, o aumento da exportação, a diminuição das importações de carne de porco pela China, assim como o aparecimento de focos de Peste Suína Africana na Europa levaram a um acréscimo de oferta de carne de porco no espaço europeu, sobretudo por parte dos grandes produtores.
Este facto, associado à redução generalizada de procura, em consequência da pandemia, ocasionou uma baixa de preço a nível europeu.
Para a produção de Leite são estimados um decréscimo ligeiro da produção em volume (-0,4%) e um aumento do preço de base (+1,2%). Efetivamente, verificou-se uma redução do volume de entregas de leite na indústria, quer nos Açores quer no Continente. Quanto ao preço, o aumento deve-se sobretudo ao subsídio ao produto, não se tendo refletido no preço no produtor o aumento de preços dos fatores de produção (nomeadamente energia e alimentos para animais).