Fonte: tribunaalentejo.pt
O lançamento bem recente no mercado do novo selo de certificação de Produção Sustentável da Comissão Vitivinícola da Região Alentejana (CVRA) vai conferir, além da sustentabilidade do vinho, uma garantia de qualidade que, no fim, pode representar um aumento entre 5 a 10% no preço da garrafa.
De acordo com o jornal ECO, este novo selo tem como objetivo melhorar as práticas utilizadas nas vinhas e nas adegas, fazendo parte do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo, cujos associados representam já mais de 40% do vinho alentejano produzido.
“As expetativas e os estudos que existem apontam para um crescimento no preço que poderá andar entre os 5% e os 10%, mas obviamente que estamos a olhar para os consumidores e a analisar qual é o valor acima do preço normal do mercado que estão dispostos a pagar por terem ao seu dispor um produto com uma certificação de produção sustentável”, afirmou ao ECO o presidente da CVRA, Francisco Mateus.
O responsável admitiu ainda que, apesar de haver “uma disposição nos consumidores para pagarem mais por um produto que incorpore estas boas práticas”, são mercados como o norte-americano, o canadiano e dos países nórdicos que valorizam mais estas opções. “São mercados que, normalmente, pagam o vinho acima do preço médio mundial e estão a forçar a oferta que têm nos seus países, incorporando cada vez mais produtos com esta certificação de produção sustentável”.
Atualmente, o PSVA tem 460 produtores associados. Este número tem crescido mais nos últimos tempos devido ao lançamento de um selo de certificação de produção sustentável, anunciado pela CVRA em julho deste ano.
Francisco Mateus adiantou também que “nós sabemos que houve empresas que aderiram ao PSVA há pouco tempo, depois de terem conhecimento de que havia a certificação. Portanto, uma coisa seria o programa enquanto código de práticas, de métodos e de organização, mas a partir do momento em que passou a haver a certificação, passou a haver algo que as empresas podem ter nas suas garrafas de vinho para se anunciarem junto do consumidor”.
Outras vantagens económicas para os produtores passam por uma poupança de 20% e 30% nos gastos relacionados com água e luz, respetivamente, e o aumento estimado do volume de vendas em 5% a 10%, “devido à crescente importância atribuída pelos consumidores à compra de produtos cujas marcas apresentem preocupações ambientais”.
No Alentejo, a colheita de uva tem uma duração estimada de “10 a 11 semanas”, que começa em agosto e se prolonga até ao mês de outubro. A região vitivinícola alentejana produziu, em 2020, 113 milhões de litros de vinho, o que correspondeu a um aumento de 15% face ao ano anterior.