O Primeiro-Ministro António Costa e seis outros chefes de Governo da União Europeia escreveram à Comissão Europeia incentivando-a a avançar nas negociações do acordo de comércio livre com o Mercado Comum do Sul, organização que reúne 10 países da América do Sul.
A carta é assinada pelos Chefes de Governo de Portugal, Espanha (Pedro Sánchez), Alemanha (Angela Merkel), Holanda (Mark Rutte), República Checa (Andrej Babis), Letónia (Krisjanis Karins) e Suécia (Stefan Lofven).
Os Chefes de Governo afirmam que «o aumento da ameaça do protecionismo e outros fatores geoestratégicos estão a ter um grande impacto nas exportações e no comércio internacional», acrescentado que «neste contexto, temos uma oportunidade histórica e estratégica de fechar um dos mais importantes acordos da política comercial europeia».
«Com o aproximar do fim das negociações, deve ser reconhecido que o Mercosul fez um progresso significativo nas suas discussões internas referentes às negociações comerciais com a União Europeia», e que a organização «parece determinada em liberalizar certos setores que são muito importantes para nós», designadamente as indústrias automóvel e química.
Os Chefes de Governo referem ainda que «a União Europeia (UE) não pode desistir perante argumentos populistas e protecionistas relativos à política comercial», pelo que a Comissão Europeia, quem conduz as negociações do lado europeu) deve fazer uma «oferta equilibrada e razoável» de acordo de livre comércio ao Mercosul.
A UE e o Mercosul, que congrega 260 milhões de habitantes, negoceiam desde 1999 um amplo acordo de associação que inclui um acordo comercial, mas as negociações estiveram bloqueadas diversas vezes, tendo sido retomadas apenas em 2016.
A Comissão Europeia tem afirmado a sua intenção de chegar a um resultado positivo e recentemente, os países da América do Sul, nomeadamente o Brasil, afirmaram um novo empenho na negociação, tendo-se verificado progressos nas conversações técnicas.
O Mercosul tem como membros plenos Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, e como associados Chile, Bolívia, Peru, Colômbia e Equador.
Fonte: portugal.gov.pt