O secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação afirmou na quarta-feira que o agroalimentar está com uma grande dinâmica, facto que se reflete nas exportações, com o setor a exportar 6,6 mil milhões de euros em 2017.
«Havia muitos especialistas que há pouco tempo diziam que os setores tradicionais da economia portuguesa não tinham futuro. Falava-se do têxtil, do calçado e do agroalimentar. E o que aconteceu, felizmente, é que não tinham razão. Estes setores mostraram uma grande dinâmica de exportação. Todos estes setores souberam inovar, isto é, a inovação foi a palavra-chave de todos estes setores para conseguirem dar o salto qualitativo que hoje apresentam», afirmou Luís Medeiros Vieira.
O governante explicou que toda a dinâmica destes setores tradicionais reflete-se em números, em termos das exportações, sendo que o setor do calçado exportou, em 2017, cerca de 2,2 mil milhões de euros, o têxtil 5,8 mil milhões e o agroalimentar 6,6 mil milhões.
«O setor agroalimentar é um setor que mostra uma grande dinâmica e que se tem afirmado nos últimos anos, com taxas de crescimento de exportações à volta de oito por cento em 2017. Foi o aumento que teve e nestes primeiros três meses de 2018 já vamos com um aumento da mesma ordem de grandeza», frisou.
O secretário de Estado sublinhou ainda que o Governo está empenhado em que o setor continue a crescer acima da média do resto da economia. «Queremos também equilibrar a balança comercial em valor, em duas legislaturas. Ainda temos um défice no agroalimentar na ordem dos três mil milhões de euros, mas temos vindo a reduzir esse défice ao longo das últimas décadas», sublinhou.
A título de exemplo, disse que o setor do azeite que era deficitário há 10 anos, neste momento, é um setor em que, no ano passado, o país teve um excedente de cerca de 150 milhões de euros em termos do saldo entre importações e exportações.
«No setor das frutas, em 10 anos, reduzimos o défice em cerca de 400 milhões de euros, cerca de 40 milhões por ano. Isto mostra claramente que estamos a ganhar o trabalho da substituição de importações. Para atingir estes objetivos, é necessário fazer apostas. E acho que a primeira aposta chama-se conhecimento. O conhecimento é a base geradora de inovação e competitividade», sustentou.
O governante realçou ainda que é necessário investimento, porque só através dele surgem cada vez mais projetos novos que trazem mais valor acrescentado aos vários setores. «É isso que também que estamos a fazer. Temos o Programa de Desenvolvimento Regional (PDR) 2014-2020. Até ao momento, já aprovámos projetos direcionados para o investimento na ordem dos 2,6 mil milhões de euros. São projetos decididos e contratados com os agricultores e com as empresas agroindustriais», afirmou.
Adiantou ainda que o Governo está empenhado na abertura de mais mercados fora na União Europeia (UE), sendo que já foram abertos 45 para um universo de mais de 150 produtos.
Fonte: Lusa