O Diretor Regional da Agricultura, José Élio Ventura, afirmou que, apesar da evolução muito significativa que o setor da carne regista nos Açores, importa aproveitar todas as oportunidades que surgirem para continuar a capacitar e qualificar todos os agentes do sector, de modo a responder melhor aos desejos dos consumidores e às exigências dos mercados.
«A evolução foi muito significativa, mas quando temos a oportunidade de ter entre nós uma pessoa com conhecimentos e com tecnologia mais avançada em termos de laboração, marketing e estratégia, como tivemos em São Miguel, ficamos com a sensação que, seguramente, ainda há muito a fazer», referiu José Élio Ventura.
O Diretor Regional falava à margem de uma sessão sobre técnicas modernas de desmancha e desossa, no âmbito da Masterclass “Da Produção ao Prato”, organizada pelo CERCA – Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores, que teve como convidado Phil Bass, conhecido internacionalmente como “cientista da carne”.
José Élio Ventura destacou que a evolução do sector da carne nos Açores é fruto do investimento que o Governo Regional tem vindo a fazer, nomeadamente na rede regional de abate, no processo de certificação dos matadouros pela norma ISO 22.000, que permite dar outra capacidade aos operadores junto dos consumidores finais, e dos diferentes comerciantes na cadeia de valor.
O Diretor Regional salientou ainda a aposta que tem sido feita ao nível da melhoria genética, de maneio e da alimentação dos animais, bem como a aposta que os produtores têm vindo a fazer, contribuindo para o desenvolvimento do sector da carne.
«De 2012 a 2018, o numero de animais expedidos vivos para fora da Região baixou de 16 mil para 10 mil e o número de carcaças aprovadas para abate aumentou de 55 para 73 mil», disse José Élio Ventura, acrescentando que, só entre 2017 e 2018, o número de carcaças expedidas aumentou 15 por cento.
Para o Diretor Regional da Agricultura, importa não perder este ritmo de desenvolvimento e continuar a apostar na inovação, na conquista de novos mercados e na qualidade, até porque hoje em dia há novas tendências de consumo e exigências a que importa dar resposta para ser mais competitivo.
Por outro lado, considerou que ainda há um caminho a percorrer para tornar a carne dos Açores cada vez mais conhecida e uma referência para os consumidores locais e para os turistas.
«Esta “Masterclass” permitiu transmitir um conjunto de conhecimentos ao nível da produção, maneio, desmancha, maturação e confeção. É, pois, uma iniciativa muito válida e importante para qualificar os agentes do sector e para valorizar a carne dos Açores, num tempo de contínuas mudanças e transformações», disse José Élio Ventura.
Fonte. Agricultura e Mar Actual