Banco de Portugal: Setor agrícola com mais sete por cento de negócios em 2017

Confagri 07 Fev 2019

«Todos os segmentos de atividade do setor agrícola registaram subidas do volume de negócios em 2017: 10% na agricultura, 8% no comércio de produtos agrícolas e 6% na indústria de produtos agrícolas»

O volume de negócios do setor agrícola cresceu sete por cento em 2017 face ao ano anterior, abaixo dos nove por cento da generalidade das empresas, mas superior ao aumento de três por cento registado pelo setor em 2016, segundo um estudo divulgado esta quinta-feira.

A análise do setor agrícola em 2017, elaborada pelo Banco de Portugal (BdP), revela que continuava a ser composto maioritariamente por microempresas e tinha maior peso no Alentejo e na Região Autónoma dos Açores.

Em 2017, o setor agrícola representava nove por cento das empresas em Portugal, com 37 mil empresas, e 14 por cento do volume de negócios, num total de 49 mil milhões de euros.

«O número de empresas em atividade no setor aumentou 1,8 por cento face a 2016, subida em linha com o aumento de 1,7 pontos percentuais (p.p.) registado para o total das empresas», lê-se no estudo do banco central.

Todos os segmentos de atividade do setor agrícola registaram subidas do volume de negócios em 2017: 10 por cento na agricultura, oito por cento no comércio de produtos agrícolas e seis por cento na indústria de produtos agrícolas.

O mercado interno contribuiu em cinco pontos percentuais para o crescimento do volume de negócios, embora 35 por cento desse volume tenha tido origem no setor exportador, que inclui as empresas cujas exportações de bens e serviços representavam pelo menos metade do volume de negócios ou pelo menos 10 pontos do volume de negócios dos que exportaram mais do que 150 mil euros.

Em 2017, sete por cento das empresas agrícolas integravam o setor exportador, sendo as da indústria de produtos agrícolas 10 p.p. do setor e 53 por cento do volume de negócios deste segmento.

Os gastos da atividade operacional do setor agrícola aumentaram oito por cento em 2017, abaixo dos nove por cento registado no total das empresas, subida semelhante àquela registada pelo custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas.

O passivo do setor diminuiu um por cento em 2017, menos do que o aumento de dois pontos percentuais no total das empresas, enquanto a dívida remunerada, títulos de dívida, empréstimos bancários, financiamentos de empresas do grupo e outros financiamentos, diminuiu seis por cento para a totalidade das empresas do setor agrícola e os gastos de financiamento caíram 12 pontos, redução superior à do total das empresas, de seis por cento.

Informação da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal, incluída no estudo, revela que, no final do primeiro semestre de 2018, o setor agrícola agregava 12 por cento do montante de crédito obtido pelas empresas não financeiras junto do setor financeiro residente, parcela que aumentou um ponto percentual face ao final de 2016.

«No final do primeiro semestre de 2018, 7,7 por cento do crédito concedido ao setor encontrava-se em incumprimento, valor inferior ao registado no total das empresas. De 12,6 por cento», refere no documento.

Em anexo: Banco de Portugal. Nota de Informação Estatística – Análise do setor agrícola 2017 

Fonte: Diário de Notícias, bportugal.pt

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