As previsões agrícolas, em 31 de janeiro, apontam para uma produção de azeite, na campanha de 2022, a
rondar os 1,375 milhões de hectolitros (cerca de 126 mil toneladas), o que corresponde a uma diminuição de 40% face à campanha anterior. Ainda assim, num ano com condições meteorológicas e hidrológicas muito desfavoráveis e após a produção recorde de azeite de 2021 (com 2,29 milhões de hectolitros), a produção de 2022 deverá ser a quarta maior de sempre.
Quanto aos cereais de inverno, as dificuldades sentidas na instalação das searas devido ao encharcamento dos solos, que impediram a entrada das máquinas nos terrenos para a realização das sementeiras, conduziram à diminuição da área de trigo mole (-15%), de trigo duro (-25%), de cevada (-5%) e de triticale (-10%).
O mês de janeiro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como quente. O valor da temperatura média foi de 9,1°C, superior em 0,3°C à normal 1971-2000, com as quinzenas a apresentarem um padrão de temperatura distinto: entre os dias 1 e 17, as temperaturas médias foram quase sempre iguais ou superiores à normal, destacando-se o dia 8, com um valor superior a 13°C; a partir de dia 18 (com exceção dos dias 20 e 21), os valores das temperaturas mínimas baixaram consideravelmente (com impactos nas temperaturas médias), sendo que entre 23 e 31 de janeiro mais de 40% das estações meteorológicas do IPMA registaram valores inferiores a 0°C. De notar que entre o dia 23 e o final de janeiro (em algumas estações, até fevereiro) verificou_se a ocorrência de uma onda de frio que abrangeu alguns locais do Nordeste e do litoral Centro e Sul. Em relação à precipitação, janeiro classificou-se como normal. A precipitação total foi de 104,1mm (-13,2mm que a normal 1971-2000, que corresponde a um desvio de -11%), essencialmente concentrada nos dias 1, 7, 8, 16 e 17, com a ocorrência de períodos de chuva ou aguaceiros, por vezes forte, em especial nas regiões Norte e Centro.