No cenário global das 39 albufeiras monitorizadas pela DGADR – Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, a campanha de rega continua assegurada em pleno em 28 albufeiras hidroagrícolas e parcialmente em 11 outras.
O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, apresentou ontem, 27 de fevereiro, o ponto de situação das disponibilidades hídricas aos beneficiários do Perímetro de Rega de Alqueva e aos representantes dos regantes do Sul do País.
O titular da pasta da Agricultura convocou o Conselho para o Acompanhamento do Regadio de Alqueva (CAR Alqueva) para analisar as perspetivas da Campanha de Rega de 2019, entre outros pontos.
A reunião decorreu ontem nas instalações da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA), em Beja, e contou com a presença dos representantes das associações da região. Além deste tema, foi abordada a preparação do Plano de Contingência para Situações de Seca no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.
O ministro da Agricultura sublinhou a forte aposta do Governo no Programa Nacional de Regadios, um projeto ambicioso, já em execução, que prevê um investimento público global de 560 milhões de euros na 1.ª fase, que vai criar 100 mil novos hectares (ha) de regadio até 2023, entre novos regadios e reabilitação de regadios tradicionais, dando nota de que esta é a resposta adequada às alterações climáticas, «que estão a transformar os fenómenos de seca numa verdadeira rotina com a qual os agricultores portugueses terão de aprender a conviver na sua atividade, que tanto depende da disponibilidade de água para ser bem-sucedida».
Relativamente às disponibilidades hídricas para 2019, Capoulas Santos destacou que, «embora estejamos ainda longe de um cenário complicado, a verdade é que temos de começar a trabalhar na prevenção de situações que são cada vez mais frequentes», nomeadamente «aproveitando os instrumentos de planeamento que permitem racionalizar a utilização do recurso água».
Os aproveitamentos hidroagrícolas localizados essencialmente a Sul do Rio Tejo até ao Algarve são os que estarão mais vulneráveis à seca, caso este ano venham a registar-se efetivamente níveis de precipitação inferiores aos valores médios, como tem estado a acontecer até este momento.
«Independentemente dos volumes úteis atualmente disponíveis, será sempre necessário realizar uma gestão criteriosa dos recursos hídricos, sendo esse o desafio mais exigente nos aproveitamentos com mais do que uma utilização principal», sublinhou o ministro.
Fonte: Agricultura e Mar Actual