A campanha de vindimas na Cooperativa de Felgueiras atingirá as nove mil toneladas, a maior de sempre nos últimos 15 anos, com uvas de «excelente qualidade», disse há Lusa a instituição.
«A graduação é excelente e a sanidade é grande», assinalou Rui Madeira Pinto, diretor daquela cooperativa, uma das maiores na região dos vinhos verdes, com mais de mil produtores, de vários concelhos.
Avançou também que, desde o início do século, não se observava na região uma quantidade de uva tão elevada, recordando, como exemplo, que em 2016 a campanha de vindimas se situou nas 5,7 toneladas, o que se revelou insuficiente para a procura.
Questionado sobre a razão de tanta produção nesta campanha, Rui Madeira Pinto falou das condições atmosféricas favoráveis dos últimos meses. Acresce, frisou, que a maioria das vinhas, por ser de nova geração, tem uma maior capacidade de suportar o calor. Este também foi um ano positivo, porque não houve doenças a afetar a produção, anotou.
Este pormenor permitiu aos produtores reduzir custos nos tratamentos das vinhas, algo que, juntamente com o aumento da produção, se traduzirá num rendimento superior dos viticultores, tendo em conta que a cooperativa vai manter o preço por quilo que pagará aos associados.
A forte produção deste ano assegurará, por outro lado, repor as reservas de vinho e mosto que estavam num nível muito baixo, o que até obrigou a ratear as vendas nos últimos meses, incluindo as exportações.
O dirigente referiu que o crescimento na produção que se observou este ano na região do Vale do Sousa também ocorreu nos demais territórios dos vinhos verdes, incluindo no Alto Minho, estimando um aumento médio face a 2016 de cerca de 30 por cento.
O sucesso da campanha de vindimas de 2017 garantirá, ainda, maior capacidade àquela cooperativa, detentora de várias marcas, para reforçar a sua presença em alguns mercados externos, como a Rússia, a Ucrânia e o Brasil, para onde, ano após ano, se têm escoado maiores quantidades de vinho verde produzido na região de Felgueiras.
À Lusa, Rui Madeira Pinto admitiu, por outro lado, que o preço do vinho verde nos mercados internacionais possa subir ligeiramente, «por contágio» com o que se está a passar com a Itália e a França, países concorrentes onde a produção este ano será menor.
Fonte: Lusa