FENADEGAS CONTESTA PREÇO A PAGAR POR LITRO DO VINHO DESTILADO
A violação dos pressupostos causou a discórdia do Presidente da FENADEGAS, António Mendes, ao ver referido na portaria que todo o vinho a destilar seria pago a 0,42€/litro, independentemente da Denominação de Origem a que está associado.
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A FENADEGAS vinha a alertar a “Tutela” desde fevereiro de 2024 sobre o problema do excesso de stocks provocado pelas importações desmesuradas de vinho essencialmente espanhol, tendo sempre defendido uma solução ancorada em duas grandes dimensões:
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- Uma destilação de crise que eliminasse o vinho em excesso, através de princípios justos e com grandes medidas de fiscalização;
- Implementação de um conjunto de medidas que torne o país mais competitivo através da produção própria e ao mesmo tempo medidas que diminuam as importações.
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Quando toda a gente dizia que mais uma destilação (a quarta em cinco anos) era impossível, e mesmo havendo muito vozes discordantes da necessidade da medida, o Sr. Ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, foi negociar a Bruxelas e conseguiu autorização para uma destilação de crise no valor de 15.000.000€, podendo ser majorada em 200% pelo estado Português.
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Esta negociação vertida no REGULAMENTO DELEGADO (UE) 2024/1995 DA COMISSÃO de 19 de julho de 2024 assenta em dois grandes pressupostos:
-Por um lado, a necessidade de retirar uma pressão considerável sobre os preços no mercado vinícola português, porque com a chegada da colheita de 2024, momento em que os produtores de vinho ficarão sem capacidade de armazenamento para a nova produção e serão obrigados a vender a preços ainda mais baixos.
-Por outro lado, e na sequência do pressuposto anterior o nível de compensação dos vinhos a retirar do mercado deveria ser 20 % abaixo dos preços de mercado dos vinhos a granel.
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A violação deste pressuposto causou a discórdia do Presidente da FENADEGAS, António Mendes, ao ver referido na portaria Portaria n.º 179-A/2024/1 de 5 de agosto, que todo o vinho a destilar seria pago a 0,42€/litro, independentemente da Denominação de Origem a que está associado.
Uma valorização que a Federação Nacional das Adegas Cooperativas de Portugal (FENADEGAS) contesta, argumentando uma violação dos pressupostos atrás mencionados, lamentando que não haja justiça na implementação da medida através de uma discriminação positiva para as regiões de montanha, onde comprovadamente os custos são acrescidos e que neste contexto rondaria um 1,5M€.
O preço a pagar pelo litro de vinho, encaminha as regiões de minifúndio com custos elevados de produção para um suicídio, expondo dirigentes das suas associadas a acusações de gestão danosa por negligência ao venderem o vinho a um preço muito mais baixo do que os custos de produção.
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A FENADEGAS, considera ainda um total desrespeito pelas Denominações Origem que veem desbaratar todo o seu esforço de valorização do vinho ao longo de décadas.
Aponta ainda o dedo ao Instituto da Vinha e do Vinho alegando que este não fez bem o seu trabalho de casa, pois deveria ter passado para a Secretaria de Estado a resolução cabal do problema sem prejudicar os milhares de produtores que vivem da vinha e se o fez, então a Secretaria de Estado não percebeu a mensagem e não informou o Sr. Ministro da Agricultura de que era necessária reforçar a verba com dinheiro nacional e distribuí-lo de forma justa, o que não foi feito.
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O presidente da FENADEGAS, antevê que o problema do excesso de stocks não vai ser resolvido em várias denominações de origem, que não irão demorar muito tempo até bater novamente na porta do Ministério da Agricultura a pedir ajuda e que esta vindima, se não for antes, seguramente que vamos assistir a uma enorme revolta de agricultores porque não tem onde colocar as suas uvas.
