O projeto “ApisRAM”, que «pretende validar um modelo de avaliação de risco para colónias de abelhas melíferas a nível europeu», vai reunir em Coimbra «especialistas da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos e investigadores do Brasil, Dinamarca, França, Irlanda, Itália e Portugal».
De acordo com José Paulo Sousa, coordenador da equipa portuguesa que é composta por sete investigadores do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), este modelo «permitirá prever o estado de saúde das colónias de abelhas adotando uma abordagem holística ao problema, integrando não apenas informação sanitária sobre as colónias, por exemplo, incidência de varroa e outras doenças e efeitos derivados da exposição a pesticidas, mas também a influência da composição e gestão da paisagem, essencialmente ao nível de práticas agrícolas e disponibilidade de recursos florais».
A solução desenvolvida no âmbito do ApisRAM será utilizada pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), que financia o projeto, e pelos diferentes países europeus, «não só na avaliação de risco de pesticidas para abelhas, mas também por outras agências como ferramenta de gestão do território, permitindo a tomada de decisões sobre as práticas de gestão ao nível da paisagem para minimizar o risco para estes polinizadores», diz ainda o investigador.
Recorde-se que em 2018, o Parlamento Europeu propôs medidas de «grande escala» para proteger a saúde das abelhas, apoiar os apicultores europeus e promover o mel e a sua utilização enquanto produto terapêutico.
Atualmente, a União Europeia tem cerca de 600 mil apicultores, 10698 dos quais em Portugal, de acordo com dados publicados pela Comissão Europeia em 2016. No total, produzem-se anualmente, no espaço comunitário, cerca de 250 mil toneladas de mel, o que faz da União Europeia o segundo maior produtor mundial, logo a seguir à China.
Fonte: vidarural