Métodos usados para destruir ninhos de vespa não são eficazes, alertam veterinários

Confagri 18 Set 2019

Fonte: tsf.pt

Vespa 1 – Portugal 0. Veterinários dos municípios dizem que estamos a perder a guerra.

A Associação Nacional de Médicos Veterinários dos Municípios alerta que o país está a perder a guerra contra a vespa asiática e acrescenta que os métodos indicados pelas autoridades para destruir os ninhos não são os melhores.

A vespa asiática está cada vez mais disseminada pelo país e no último mês existiram casos em que se suspeita que as suas picadas estiveram na origem de duas mortes, mas Ricardo Lobo, veterinário em Vila Nova de Cerveira, um dos primeiros concelhos afetados por esta espécie, também conhecida como vespa velutina, defende que falta fazer muito.

O dirigente da Associação Nacional de Médicos Veterinários dos Município diz que o problema é grave e o seu combate não deveria estar ao livre arbítrio das câmaras, garantindo que nem todos os municípios estão a optar por destruir os ninhos, pondo em causa o trabalho das autarquias vizinhas.

“Se um município decide fazer um combate sério e sistemático e o do lado não faz nada, no ano seguinte o primeiro está de novo cheio de ninhos de vespa asiática”, avisa, pedindo que este combate seja considerado uma prioridade nacional.

Fazer fogo a dezenas de metros de altura

Ricardo Lobo acrescenta que os métodos divulgados pela Direção-Geral de Veterinária e pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas no “Manual de Boas Práticas na destruição de ninhos”, feito pela Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo da Vespa Velutina, não são os mais eficazes, como mostram, explica, a experiência de muitos municípios que há anos, desde 2014 ou 2015, lutam contra a espécie.

“Os métodos que nos foram apresentados não são os mais adequados e alguns deles não são exequíveis”. Por exemplo, acrescenta, “é impossível levar uma autoescada a sítios onde nem se consegue ir de mota, nem fazer fogo de maçarico em pleno verão…”.

Outro método, “retirar os ninhos e tapar com espuma de poliuretano, é muito difícil de realizar pois é preciso ir lá com uma plataforma elevatória e os ninhos são muito sensíveis, sendo que a manipulação faz quase sempre com que partam ou fujam algumas vespas”.

Métodos não permitem destruir muitos ninhos

“Com os três métodos que nos são apresentados é muito difícil destruir 80% dos ninhos de vespa asiática que ficam em locais inacessíveis, a mais de 30 metros…”, sendo que “os municípios com experiência nesta área desenvolveram métodos que também respeitam o ambiente com moléculas [de inseticidas] mais efetivas que aquelas que nos autorizam a usar” pelos efeitos no meio ambiente, afirma Ricardo Lobo para quem “mais vale usar um inseticida que é eficaz do que que 20 que não o são”, favorecendo a propagação da vespa asiática.

O representante da associação também alerta que “o manual diz que os ninhos têm de ser retirados por causa do inseticida que lá fica, mas retirar um ninho a 30 ou 40 metros não cabe na cabeça de ninguém. E fazer isto a 100 ou 150 ninhos, num município, é impossível”.

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