Motoristas desconvocam a greve mas braço de ferro mantém-se

Confagri 19 Ago 2019

Fonte: dn.pt

Os motoristas de matérias perigosas desconvocaram a greve iniciada no dia 12. A decisão foi tomada este domingo, em plenário. Agora falta esperar pela reunião de terça-feira que irá sentar à mesa patrões e sindicatos para ver se é possível “um acordo histórico”.

Numa curta declaração aos jornalistas, foi o porta-voz do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Pardal Henriques, que anunciou a desconvocação da greve, que se prolongava já há sete dias e que era por “tempo indeterminado”. Mas foi o presidente do Sindicato, Francisco São Bento, que justificou a decisão tomada em plenário dos motoristas, que começou este domingo pelas 16.30 e se prolongou até perto das 19:45.

Francisco São Bento garantiu que “é um passo em frente” a desconvocação da greve, apesar de parecer um recuo. E a razão fundamental, disse, é o facto da ANTRAM se mostrar disponível para uma reunião na terça-feira, mediada pelo Governo, sem condições sobre a mesa. E também porque “os motoristas querem mostrar ao país que nunca quiseram prejudicar os portugueses”.

O sindicalista, que não quis adiantar quais as reivindicações de que não desistirão, admitiu que se não houver um entendimento entre o sindicato e a ANTRAM voltarão a equacionar outras formas de luta, como greve às horas extraordinárias, aos fins de semana e feriados.

Recordou ainda que a ANTRAM não cedeu um milímetro desde que a greve começou a 12 de agosto, mas que o Governo mostrou-se fortemente empenhado num entendimento entre os patrões e os motoristas. Mas o mesmo governo que “restringiu o direito à greve “, nomeadamente através do uso das Forças Armadas e de segurança para garantir os serviços mínimos.

O Governo tinha feito saber este domingo que se a greve fosse suspensa estava disponível para mediar uma reunião entre a ANTRAM – a associação representativa dos patrões – e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas. Este domingo já confirmou que a reunião vai mesmo ocorrer no Ministério das Infraestruturas e Habitação, tutelado por Pedro Nuno Santos.

À hora de almoço, o ministro do Ambiente apelava para o fim da greve. “Num dia que é obviamente importante porque há um plenário do sindicato [dos motoristas de matérias perigosas], apelo às partes para um entendimento e para que a greve chegue ao fim”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, numa conferência de imprensa no Porto para fazer um balanço da situação de emergência energética no país no sétimo dia da paralisação.

primeira estrutura sindical a desconvocar a greve foi o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) depois de uma reunião com a ANTRAM, que decorreu quinta-feira sob a mediação do governo.

Costa saúda fim da greve

Em quatro tweets, o primeiro-ministro quis assinalar o fim da greve, formulando “votos de sucesso para o diálogo que agora se retoma entre as partes”. António Costa saudou também o “elevado civismo com que os portugueses viveram esta semana difícil para todos e a forma pacífica e sem qualquer violência como foram conduzidas todas as manifestações”.

O líder do Governo deixou ainda uma palavra para as Forças Armadas e de Segurança e a todos os agentes de proteção civil pelo “contributo que deram para minimizar os impactos da greve, no funcionamento dos serviços essenciais e na economia”. E aos colegas de Governo “pelo seu empenho sempre articulado e com elevado espírito de equipa”.

Na segunda-feira, Costa visitará a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) para avaliar as condições para declarar o fim da crise energética e convocar o Conselho de Ministros para o efeito.

A situação de crise energética teve como objetivo garantir os abastecimentos energéticos essenciais à defesa, ao funcionamento do Estado e dos setores prioritários da economia, bem como à satisfação dos serviços essenciais de interesse público e das necessidades fundamentais da população durante a greve dos motoristas.

ANTRAM negoceia com o que as empresas suportarem

A ANTRAM vai para a mesa das negociações, mas alerta que há uma condição: “Vamos negociar com uma condição, aquilo que as empresas podem suportar”, disse André Matias de Almeida em declarações à SIC. Segundo o porta-voz da associação, as empresas vivem há três anos consecutivos em contra ciclo.

André Matias de Almeida adiantou ainda que vão estudar o documento que o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas apresentar com as reivindicações que considera legítimas. O responsável sublinhou que o importante é que “está dado um passo para o diálogo”. E recordou que as negociações têm o seu tempo. “A negociação pressupõe avanços e recuos”.

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