Fonte: expresso.pt
Evolução dos preços nos produtos energéticos, tradicionalmente mais volátil, contribui para terceiro mês com índice de preços a recuar.
Os preços voltaram a recuar em Portugal em setembro. É o terceiro mês consecutivo em que a evolução dos preços é negativa, quando comparados com os mesmos meses de 2018, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Não acontecia desde o arranque de 2015.
De acordo com a estimativa rápida relativa ao mês que termina esta segunda-feira, “tendo por base a informação apurada até à data do presente destaque, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá sido -0,1% em setembro de 2019”. Esta taxa é idêntica à registada em agosto.
Desde julho que os preços têm comparado negativamente com os registados 12 meses antes.
A maior justificação para a evolução é dos produtos energéticos, cuja taxa de variação homóloga terá diminuída para -3,9% em setembro, mais grave do que a quebra de 3,5% em agosto.
Olhando para um dado menos volátil, o indicador de inflação subjacente, que exclui os produtos energéticos e os produtos alimentares não transformados, situou-se em 0,2%, idêntico ao mês anterior.
O indicador da inflação mede os preços de um determinado conjunto de bens e serviços, que o INE acredita ser representativo do consumo da população residente no país.
Já em relação a agosto, a evolução dos preços em setembro foi positiva. “A variação mensal terá sido 1,1% (em agosto, o valor apurado foi -0,1%), (…) estimando-se uma variação média nos últimos doze meses de 0,5%, taxa inferior em 0,1 ponto percentual (p.p.) ao registado no mês precedente”, continua.
O índice que é utilizado mais frequentemente para as comparações a nível europeu, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, “terá registado uma variação homóloga de -0,3% (-0,1% em agosto)”.
Portugal tem estado sozinho nos países em deflação, embora a evolução seja de abrandamento. A inflação esperada para este ano na zona euro, que deveria rondar os 2% (é essa a missão do Banco Central Europeu), ficará em 1,2%, abaixo da previsão, feita em junho, de 1,3%.
No próximo dia 10 de outubro, será divulgado o índice que servirá para tornar definitiva a estimativa rápida.