No futuro, os fundos comunitários serão para impulsionar uma agricultura mais inteligente e amiga do ambiente

Confagri 24 Set 2020

Fonte: vidarural.pt

O último webinar do projeto CULTIVAR, realizado este mês de setembro, abordou a importância e o impacto da tecnologia no setor agroalimentar e o papel impulsionador dos financiamentos comunitários.

Sob o mote “Cultivar o futuro: Os desafios do sistema alimentar em contexto europeu”, o evento contou com a participação de José Carlos Caldeira, Administrador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), e Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial.

Convidada para abordar a questão dos apoios que se podem esperar nesta transformação do setor agroalimentar, a ministra explicou que “no futuro, os fundos comunitários serão para impulsionar uma agricultura  mais inteligente e amiga do ambiente e para desenvolver centros de competência que trabalhem com os produtores, ajudando-os a resolver os problemas com conhecimento, com criatividade e com inovação, sobretudo a questão da auto insuficiência do nosso país e da importância de internacionalização”.

Ana Abrunhosa referiu ainda que serão cada vez mais necessários “produtos que correspondam às exigências do nosso consumidor, que hoje quer produtos que respeitem o ambiente e o solo e que não desperdicem os nossos recursos, nomeadamente a água”.

“Cada vez mais os nossos consumidores estão disponíveis a pagar por produtos que cumprem estas exigências e, portanto, os nossos apoios serão no sentido destas tendências”, acrescentou.

Em conclusão, a ministra destacou a necessidade de que “os produtores tenham a perceção de que a certificação traz um valor acrescentado ao seu produto e, trabalhando com a academia e com centros e conhecimento, é possível ajudar a consolidar esta ideia”.

Por sua vez, José Carlos Caldeira apresentou a sua visão sobre a forma como a tecnologia e a agenda digital podem ajudar na transformação da agricultura.

“O que temos assistido é uma aposta muito grande naquilo que se designa pela Agricultura e Floresta de Precisão, (R)evolução Digital, Agricultura Biológica, Circuitos Locais e Bioeconomia e Economia Circular”, refere. “Esta (R)evolução Digital fez com que, há uns anos, o INESC TEC começasse a desenvolver projetos de digitalização na área agrícola e florestal. E grande parte destes projetos consistem em transferência de tecnologia de outros setores para esta área, permitindo mais rapidez de execução, menos risco e um custo mais controlado”.

O administrador do INESC TEC considera assim que a transferência de tecnologia pode ter um grande impacto no setor agroalimentar, “desde a informatização dos animais, das culturas e das máquinas à disponibilização de ferramentas no apoio à função de gestão das explorações agrícolas”. Para exemplificar esta questão, mencionou o projeto do INESC TEC com a empresa HERCULANO, para o desenvolvimento de um equipamento de fertilização precisa, inteligente e eficaz, que consiste numa cisterna equipada com tecnologia de precisão, permitindo uma aplicação eficaz e diferenciadora do chorume.

“Já temos empresas agrícolas com elevadíssimo grau de robotização e de autonomia, que permitem ilustrar as vantagens desta crescente digitalização do setor agrícola para as empresas e para a sociedade em geral. Temos hoje em Portugal explorações em que as alfaias agrícolas já andam sozinhas, guiadas por GPS, a fazer o seu trabalho, possibilitando aos responsáveis das explorações comandar remotamente essas operações”, relembrou o administrador.

O CULTIVAR é um projeto que pretende responder aos desafios que as fileiras do setor Agroalimentar da Região Centro enfrentam, através de uma estratégia de desenvolvimento territorial, promovendo e consolidando a colaboração entre instituições de ciência, tecnologia e ensino superior e o cluster Agroalimentar. É cofinanciado pelo Centro 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

O ciclo de webinares temáticos “Cultivar Diálogos, Construir Caminhos” conta com o apoio do Centre for Functional Ecology – Science for People & the Planet da Universidade de Coimbra.

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