O calor que se abateu sobre Portugal em agosto, mas também a passagem da tempestade Leslie, deixaram um rasto de prejuízos elevados nas regiões vinícolas, revela o Instituto Nacional de Estatística. Assim, prevê-se que a produção de vinho vai ser a mais baixa em duas décadas.
«Na vinha, a extensão dos prejuízos causados pelas elevadas temperaturas foi variável, mas estendeu-se por quase todas as regiões vitivinícolas, prevendo-se uma das menores produções de vinho das últimas duas décadas, de 5,2 milhões de hectolitros, diz o Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 2017, produziram-se 6,5 milhões de hectolitros de vinho.
O calor excessivo de agosto «causou escaldões nos bagos», mas foram as primeiras chuvas, a partir de meados de outubro, que prejudicaram a produção vinícola e precipitaram o fim das vindimas.
«Excetuando no Algarve, com um aumento superior a cinco por cento e no Alentejo, com uma produção semelhante a 2017, todas as regiões vitivinícolas deverão registar menos produção, prevendo-se uma redução global de 20 por cento, para os 5,2 milhões de hectolitros, a menor das últimas duas décadas», acrescenta.
Também as searas de milho e arroz do Baixo Mondego e do Pinhal Litoral foram afetadas pela passagem da tempestade Leslie. As searas tinham resistido ao aumento das temperaturas e da insolação no verão e tinham aumentado o número e o tamanho das espigas por planta, o que fazia antever um aumento na produção. Previsões que não chegaram a ser alcançadas visto que os ventos e chuvas fortes acabaram por destruir parte das searas que ainda não tinham sido colhidas.
A produção de milho de sequeiro deverá assim manter-se igual à de 2017, 279 toneladas. Já o arroz poderá registar uma quebra para 171 toneladas, face às 180 toneladas do ano passado.
Registo positivo para o kiwi, apesar de a tempestade Leslie ter destruído 30 por cento dos pomares do Baixo Vouga, a produção deverá rondar as 33 mil toneladas, a segunda maior de sempre. Ultrapassada apenas pela produção do ano passado, que ultrapassou as 35 mil toneladas. Também a castanha, apesar de ter o ciclo produtivo em atraso, deverá aumentar cinco por cento a produção face ao ano passado e em linha com os últimos cinco anos.
Em anexo: Previsões Agrícolas – Outubro 2018
Fonte: ECO; INE