O rendimento da atividade agrícola em Portugal deverá aumentar 0,6 por cento em 2018, face a 2017, após um crescimento de 5,4 por cento no ano passado, segundo a primeira estimativa das contas económicas da agricultura divulgada esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta evolução estimada «resulta fundamentalmente da combinação de um aumento de 3,5 por cento perspetivado para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) com um decréscimo de 2,9 por cento dos outros subsídios à produção».
«A evolução nominal prevista para o VAB resulta do efeito conjugado do acréscimo da produção do ramo agrícola, mais 1,6 por cento, mais acentuado do que o do consumo intermédio, mais 0,4 por cento, refere o INE.
Contudo, acrescenta, «em termos reais, estima-se uma diminuição do VAB, -1,5 por cento, refletindo uma redução mais pronunciada do volume da produção comparativamente com a do consumo intermédio, -1,2 e -1,0 por cento, respetivamente».
O aumento nominal da produção do ramo agrícola em 2018 resultou de acréscimos quer da produção vegetal, de mais 0,9 por cento, quer da produção animal, com mais 2,2 por cento, tendo-se registado, em termos globais, um decréscimo do volume, de -1,2 pontos percentuais (p.p.) e um aumento dos preços de base, de mais 2,8 pontos.
Já os preços no produtor e os subsídios ao produto aumentaram 2,9 e 0,9 pontos percentuais, respetivamente. Em 2018, o consumo intermédio deverá apresentar um «ligeiro acréscimo» em valor, de mais 0,4 p.p., em resultado de uma diminuição em volume, de -1,0 p.p. e de um aumento de preços, de 1,4 por cento, devendo-se esta evolução «sobretudo ao aumento dos alimentos para animais, com mais 2,4 pontos, da energia, mais 1,3 p.p. e dos adubos e corretivos do solo, de mais 7,5 por cento».
«Estima-se que o consumo de alimentos para animais tenha aumentado em volume mais 2,0 por cento, com aumentos nos alimentos simples e compostos», reporta o INE, acrescentando que «o aumento da produção pecuária, em particular de bovinos, conduziu a um consumo mais elevado de alimentos para animais».
Já o preço dos alimentos para animais deverá ter sido este ano «ligeiramente superior» ao de 2017, de mais 0,3 por cento, refletindo o aumento de preço dos alimentos compostos, mais 1,8 pontos.
Segundo o instituto estatístico, a importância relativa do ramo agrícola na economia nacional deverá manter-se em 2018 nos 1,7 por cento, estimando-se também que o volume de mão-de-obra agrícola se mantenha em valores próximos do ano passado, de mais 0,3 por cento.
Numa comparação internacional, o INE reporta que, entre os triénios 2000-2002 e 2015-2017, o peso do VAB do ramo agrícola no VAB nacional «decresceu na generalidade dos Estados-membros e na União Europeia a 27, mantendo-se Portugal acima da média europeia, com 1,6 versus 1,3 por cento».
Já o rendimento da atividade agrícola em Portugal evoluiu, entre os triénios de 2001-2003 e 2015-2017, «de forma menos favorável do que a média dos Estados-membros, mais 30,9 versus mais 42,6 por cento, ultrapassando, no entanto, países mediterrânicos como França, Espanha, Itália e Grécia». Em 31 de janeiro de 2019 o INE irá disponibilizar uma segunda estimativa das contas económicas da agricultura.
Em anexo: INE – Contas Económicas da Agricultura 2018
Fonte: Lusa; INE