Ainda se faz o balanço dos prejuízos em Castro Marim e já chegaram os primeiros apoios

Confagri 30 Ago 2021

Fonte: 24.sapo.pt/MadreMedia/Lusa

Mais de uma semana depois do incêndio que teve início no concelho de Castro Marim, fazem-se as contas aos prejuízos e avalia-se o impacto nos terrenos e edifícios, mas a primeira ajuda também já começou a chegar às populações.

Uma viagem pela zona norte da freguesia de Vila Nova de Cacela (Vila Real de Santo António) ajuda a perceber a dimensão de um incêndio que afetou três concelhos e percorreu cerca de 15 quilómetros em direção ao litoral, sendo travado junto à Estrada Nacional (EN) 125.

É na localidade de Beco que a Lusa encontra Eva Krainitzki, que por pouco não viu desaparecer a casa de família para onde se mudou há um ano. O clarão já era visível quando saiu para trabalhar num “turno à noite” em Tavira, mas achou que “ainda estava longe”.

Só em conversa com os vizinhos e o namorado se apercebeu da rápida aproximação das chamas que consumiram um armazém, um reboque de cavalos e as árvores à volta da casa.

Eva realça que a sua casa e a dos vizinhos foram salvas “por sorte” quando uma amiga, que conseguiu chegar ao local, “pediu ajuda a um carro de bombeiros”, numa altura em que o casal de vizinhos idosos já tinha sido retirado pelas autoridades.

Pior ficaram outros vizinhos que residem sazonalmente no Algarve e cuja casa ardeu por completo, assim como algumas viaturas e muitas das árvores que rodeavam o terreno.

De visita ao local, o presidente da Câmara de Vila Real de Santo António revela ter a garantia que o Governo “vai avançar com alguns apoios nas suas várias dimensões” e assume que a autarquia vai auxiliar as populações nas candidaturas.

Luís Romão assume ainda que, apesar das atuais “dificuldades financeiras”, a Câmara tem “alguns meios para ajudar” e irá trabalhar “em rede” com várias instituições.

A autarquia criou um gabinete de crise que está ainda a fazer o levantamento dos danos dos incêndios de 16 e 17 de agosto e a sua responsável, a vereadora Ana Paula Mendonça, pede que a população comunique as suas perdas e necessidades para que possam ser ajudadas, algo que já aconteceu com “alimentação para animais” ou “limpeza de espaços”.

Caminhando para norte ao longo das estradas no interior do sotavento (leste) algarvio, o negro deixado pela chamas intensifica-se e os efeitos na paisagem são notórios com quilómetros de mato e árvores ardidas e postes que ainda jazem no terreno.

No entanto, é também percetível o branco imaculado das casas salvas pelas faixas de contenção que impediu que o fogo progredisse e aumentasse ainda mais as perdas totais.

Mas, para quem vê na terra um rendimento ou um complemento à reforma, os esforços de limpeza do seus terrenos parecem ter sido em vão, como revela Jacinto Parreira, que aos 84 anos viu arder boa parte das alfarrobeiras que tinha enxertado “há pouco anos”.

“De que serve eu ter o meu [terreno] limpo se, do outro lado, é um bosque autêntico?”, questiona enquanto olha para as poucas árvores que “se safaram” e adianta que cada ano “é pior e mais seco”.

“Daqui por uns anos isto vai ficar mesmo abandonado”, prevê.

Nos terrenos e hortas à volta de Pego dos Negros (Castro Marim), as chamas deixaram a sua marca, mas não chegaram às casas porque “estava limpo” garante Manuel Jacinto, um dos pouco habitantes do lugar.

Um pouco mais a norte, na Pernadeira, zona onde se deu a ignição do incêndio perto da uma da manhã, Sandra Romeira instalou um projeto de jovem agricultor com alfarrobeiras, medronheiros e oliveiras, mas a “maior parte ardeu”, revela, “mais as que não estavam no projeto”. Apesar do prejuízo de “mais de 20 mil euros”, assume ter vontade “de continuar” até porque tem mais terrenos para expandir, mas confidencia estar “em fase estudo”, já que vai ser tudo “mais complicado”.

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