Alterações climáticas vão mudar radicalmente agricultura da Europa, confirma estudo

Confagri 11 Fev 2021

Fonte: visao.sapo.pt/Lusa

Uma análise da Agência Europeia do Ambiente reforça o que muitos especialistas têm vindo a dizer: o aquecimento vai afetar profundamente o setor agrícola. Portugal é dos mais afetados, tendo em conta os cenários de secas e calor.

As alterações climáticas vão mudar as condições agrícolas e aumentar as pragas na Europa, as zonas de produção serão alteradas e os rendimentos e preços serão mais variáveis, prevê um estudo hoje divulgado pela Agência Europeia do Ambiente (AEA).

Segundo o documento, serão também afetados os padrões de cultivo, o comércio internacional e os mercados regionais, ainda que não se prevejam diminuições na produção pelo menos até 2050.

Alerta-se no estudo que se por um lado a União Europeia (UE) é autossuficiente em termos de cereais e legumes, há que ter em conta a vulnerabilidade em relação a produtos tropicais importados, ou alimentação para animais.

Por esse motivo, preconiza a AEA, é preciso diversificar o comércio, envolvendo mais países e alterando as formas de importação, para evitar riscos de rotura de abastecimento. As políticas públicas podem ajudar reduzindo a procura de produtos vulneráveis, nomeadamente produtos associados a elevadas pressões ambientais, e a UE deve despender mais apoio para a adaptação internacional às alterações climáticas.

O estudo, encomendado pela AEA, combina informação sobre os impactos das alterações climáticas globais na produção agrícola com informações sobre o perfil de importação da UE e a vulnerabilidade às alterações climáticas dos países de origem dos produtos.

Menos milho e trigo

A agricultura, diz a AEA, é dos setores mais sensíveis às alterações climáticas, porque depende dos tipos de solo, do clima e da biodiversidade e é afetada pela precipitação, humidade e temperatura. As mudanças no clima podem levar a mais e diferentes pragas e alterar os comportamentos dos polinizadores, o crescimento das culturas e mudar o uso da terra.

Citando estudos feitos nos últimos 10 anos, a AEA alerta para uma diminuição da produção de milho e trigo e considera que as alterações climáticas afetaram negativamente a produtividade das principais culturas na Europa.

Refere que na próxima década se deve manter a capacidade de oferta global de alimentos à medida que aumenta a procura, o que pode mudar a longo prazo, com as alterações climáticas a afetarem a produtividade e a fazer “aumentar significativamente” os preços dos produtos.

A Europa, diz a AEA, não terá “preocupações imediatas de segurança alimentar” devido às alterações climáticas, mas é fortemente dependente de produtos como soja e milho, cacau, café ou bananas, óleo de palma, beterraba ou açúcar de cana, produtos importados de poucos países (Malásia, Indonésia, Brasil ou Estados Unidos) pelo que nesta área fica mais vulnerável.

Há muito que são conhecidos os principais efeitos das alterações climáticas em Portugal (um dos países europeus mais afetados), que está a ficar cada vez mais seco e quente. Os especialistas recomendam uma adaptação na agricultura, com mais investimento em culturas resistentes ao calor e à falta de água.

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