Fonte: observador.pt/Lusa
A bactéria Xylella fastidiosa foi detetada em Vila Nova de Gaia em 32 focos. Câmara Municipal garante que autarquia “tudo fará para conter a doença e evitar prejuízos de maior”.
A bactéria Xylella fastidiosa foi detetada em Vila Nova de Gaia em 32 focos, indicou esta terça-feira à agência Lusa fonte da Câmara Municipal local, garantindo que esta autarquia “tudo fará para conter a doença e evitar prejuízos de maior”.
“Alerta — Doença Grave das Plantas – Xylella fastidiosa” — é este o título do folheto que os munícipes de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, estão a receber em suas casas juntamente com a conta da água.
Em causa uma bactéria que pode estar associada a 58 espécies/géneros de plantas, entre eles, a amendoeira, a cerejeira, a ameixeira, a oliveira, o sobreiro, a figueira, bem como plantas ornamentais e da flora espontânea e que em janeiro obrigou à destruição de um canteiro no Zoo de Santo Inácio, também em Vila Nova de Gaia.
O folheto dá indicações sobre o que fazer se detetar uma infeção e mostra fotografias de sintomas da doença de forma a exemplificar o que é que as pessoas poderão identificar em suas casas ou em jardins públicos.
Não movimentar plantas ou partes de plantas para plantação, ou ramos para fora da área demarcada” e “observar cuidadosamente as suas plantas e contactar as autoridades sempre que observe sintomas suspeitos” — são duas das frases que constam do folheto de alerta da autarquia.
Na área demarcada, de acordo com um edital da Direção Geral de agricultura e Pescas do Norte, ao qual a Lusa teve acesso, constam freguesias dos concelhos de Gaia, Espinho, Porto e Santa Maria da Feira.
A 23 de abril, foi noticiado, com base num relatório do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que tinham sido detetados 13 focos da bactéria ‘Xylella fastidiosa’ em jardins particulares e espaços públicos de Gaia.
Tudo tem sido feito, desde a descoberta da doença em Gaia, para conter o mais rapidamente possível a doença e evitar a contaminação de outros territórios. As autoridades competentes, juntamente com o Município, têm feito todas as diligências necessárias e possíveis para conter a infeção, seguindo as medidas preconizadas no Plano de contingência para controlo da Xylella fastidiosa e seus vetores, da DGAV”, descreve hoje a Câmara de Gaia em resposta remetida à Lusa.
Os responsáveis camarários sublinharam como “mensagem aos munícipes” que as autoridades competentes “tudo farão para conter a doença e evitar prejuízos de maior para o país”, admitindo, no entanto, que “se trata de uma doença grave e sem cura até à data”.
“Acresce que as plantas afetadas são plantas de elevado valor económico e mesmo social e muitas delas não apresentam sinais ou sintomas apreciáveis à vista desarmada”, acrescenta a autarquia.
Já no folheto é destacado que “esta bactéria não afeta pessoas ou animais” e é pedido às pessoas que “facultem o acesso” a técnicos do Ministério ou da Câmara Municipal caso sejam visitadas para observação de plantas.
Questionada sobre se tem recebido queixas ou alertas, a Câmara de Gaia esclareceu: “Sim, poucas. São, sobretudo, dúvidas acerca de plantas com potenciais sintomas. Mas são pouco significativas até porque, e mesmo que as plantas estejam infetadas, muitas não apresentarão sintomas visíveis e conotáveis com a doença”.
A ‘Xylella fastidiosa’ dispersa-se através de insetos em distâncias curtas e pelo transporte de plantas contaminadas em distâncias longas.
São medidas de proteção fitossanitária a destruição no local, após realização de tratamento inseticida contra os potenciais insetos vetores, dos vegetais hospedeiros da subespécie da bactéria presentes na zona infetada, bem como a proibição de plantação dos vegetais hospedeiros da bactéria, exceto sob condições de proteção física contra a introdução da bactéria pelos insetos vetores, oficialmente aprovadas.
Também está proibida a comercialização, na área demarcada, em feiras e mercados de qualquer vegetal, destinado a plantação, pertencente aos géneros e espécies constantes da Lista de Géneros e Espécies sujeitos a Restrições Fitossanitárias.
Em janeiro Portugal informou oficialmente a Comissão Europeia da presença da bactéria ‘Xylella fastidiosa’ em plantas de lavanda no jardim de um ‘zoo’ em Vila Nova de Gaia.
No dia 18 de janeiro, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, assegurou que o Governo tem um plano de contingência para fazer face à bactéria ‘Xylella fastidiosa’ e que é necessário estar atento aos seus sintomas nas plantas.