Um sistema pioneiro de videovigilância será instalado no Bussaco, no âmbito de um conjunto de investimentos superior a 1,5 milhões de euros na valorização e proteção da mata e reabilitação do património edificado.
O anúncio deste investimento total a dois anos foi feito no Bussaco, na Mealhada, distrito de Aveiro, pelo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, durante uma sessão que assinalou o Dia Mundial da Árvore ou da Floresta.
O investimento na videovigilância, num valor estimado de 55 mil euros, é apenas uma pequena parte do que está programado para a Mata do Bussaco, que é Monumento Nacional e está na corrida para Património Mundial da UNESCO.
As principais medidas estão contidas num protocolo de colaboração e num memorando de entendimento que foram assinados entre o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em representação do Estado, a Câmara Municipal da Mealhada e a Fundação Mata do Bussaco, que gere os 105 hectares da mata.
A autarquia assume para os próximos dois anos o compromisso de continuar a recuperação do património edificado, existem no perímetro da mata 140 edificações, recorrendo a fundos comunitários e a capitais próprios.
Neste momento, a autarquia liderada por Rui Marqueiro tem em curso as obras de recuperação do Convento de Santa Cruz e das Capelas dos Passos e Via Sacra, num valor estimado de um milhão de euros.
No âmbito dos investimentos a dois anos, mas fora dos protocolos assinados hoje, somam-se 300 mil euros com os salários de quatro equipas de sapadores florestais, fruto de colaboração dos municípios da Mealhada, Mortágua e Penacova com o ICNF. O objetivo, frisa o secretário de Estado, é «proteger o espaço circundante para proteger a Mata, numa visão integradora».
O Fundo Florestal Permanente assegurará os restantes investimentos na reabilitação da Mata, que sofreu prejuízos recentes de meio milhão de euros devido à passagem da tempestade tropical Leslie.
Para além do «sistema de videovigilância inovador», que será operado em articulação com a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), está previsto o apoio ao voluntariado, combate as espécies invasoras, limpeza das faixas de combustível junto aos caminhos e edificações, melhoria das acessibilidades, aquisição de maquinaria, retirada de árvores atingidas pela tempestade e reflorestação das clareiras, com milhares de árvores de espécies autóctones. «Será uma grande operação que permitirá proteger a Mata e torná-la ainda mais atraente para quem nos visita», resume António Gravato, presidente da Fundação.
No memorando de entendimento ficou ainda expresso o desejo de «promover, valorizar e inovar, de acordo com as potencialidades da serra do Bussaco, tornando-a um motor de desenvolvimento dos concelhos em complementaridade» com outros setores e atividades.
«Escolhemos o Bussaco para assinalar o Dia Mundial da Árvore ou da Floresta pelo valor simbólico deste local exemplar», referiu Miguel Freitas, sublinhando a importância da gestão das matas públicas.
Fonte: Lusa