O comissário europeu para a Ajuda Humanitária lamentou ter falhado a ajuda europeia no combate aos incêndios de 2017 em Portugal e revelou que a tragédia esteve na génese da criação do Sistema Europeu de Proteção Civil.
«Uma das situações mais dolorosas da minha vida foi não ter resposta para Portugal em 2017 e foi por isso que aceleramos a formação do Sistema Europeu de Proteção Civil (rescUE)», admitiu o cipriota Chistos Stylianides, comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises.
Stylianides falava aos jornalistas no âmbito de uma visita em Madrid ao centro onde está estacionada a frota inicial de meios aéreos de combate a incêndios, composta por sete aviões e seis helicópteros, que faz parte do rescUE.
No âmbito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, foi criado este ano o “rescUE”, com um orçamento de 200 milhões de euros para 2019/2020, que funciona, explicou Stylianides, como «uma rede de segurança adicional», mas que, alertou, «precisa de mais dinheiro para ser melhorada».
Este ano, a Croácia, França, Itália, Espanha e Suécia colocaram aviões e helicópteros à disposição da frota de transição do “rescUE” 2019, que estão operacionais de junho a outubro para socorrer qualquer país que seja afetado por incêndios florestais.
Será também utilizado o sistema de satélites Copernicus da União Europeia (UE) para cartografar as emergências resultantes dos incêndios. Contudo, o objetivo a longo prazo é aumentar as capacidades e os meios e criar uma reserva “rescUE” mais forte, com 75 por cento dos custos operacionais a serem suportados pela União Europeia.
Segundo o diretor do ECHO (mecanismo europeu de ajuda humanitária), no verão o Centro de Coordenação de Resposta de Emergência (CCRE) 24/7 da UE foi reforçado com uma equipa de apoio aos incêndios florestais, com a participação de peritos, através da realização de videoconferências diárias para partilhar informações sobre o risco de incêndio em toda a Europa.
Na conversa com os jornalistas, Johannes Luchner abordou o caso português e mostrou-se preocupado com o tipo de madeira que prolifera no país, defendendo como prioridade a prevenção, a limpeza das matas e o cadastro das terras.
O “rescEU” prevê a criação de uma reserva de ativos a nível europeu para responder a catástrofes, incluindo aviões de combate aos incêndios florestais, bombas de água especiais, equipas de busca e salvamento em meio urbano, hospitais de campanha e equipas médicas de emergência.
Fonte: Lusa