Executivo prevê para este ano 160 milhões de euros para prevenção de incêndios

Confagri 22 Fev 2019

O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural disse esta quinta-feira, no parlamento, que estão previstos para este ano 160 milhões de euros para a prevenção dos incêndios florestais.

«Temos um conjunto de metas ambiciosíssimas e o esforço financeiro é enorme. Estão este ano alocados à prevenção 160 milhões de euros, dos quais 103 milhões são suportados pelo Ministério da Agricultura», disse Capoulas Santos.

O ministro da Agricultura participou ontem, quinta-feira, num debate parlamentar sobre o relatório de avaliação ao sistema nacional de proteção civil feito pelo Observatório Técnico Independente criado pelo parlamento para acompanhar o trabalho dos incêndios florestais.

Destacando «o esforço sem precedentes» que está a ser feito, Capoulas Santos adiantou que o relatório do Observatório Técnico Independente «comprova que o caminho que o Governo está a seguir é o certo» e «está a ser percorrido com êxito».

O ministro avançou ainda que a nova lei orgânica do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) está neste momento na Presidência da República para promulgação.

Também presente no debate, o ministro da Administração Interna referiu que o Governo tem concentrado «toda a sua atenção» na prevenção, na autoproteção das populações e reforço do combate aos incêndios. Eduardo Cabrita frisou que o dispositivo de combate a incêndios funcionou em 2018 e vai «responder de forma mais eficaz em 2019».

O primeiro relatório deste Observatório criado em julho de 2018 e apresentado em janeiro concluiu que há demasiadas entidades envolvidas na prevenção e combate aos fogos e pediu financiamento «urgente» para a formação dos agentes, carreira de sapadores florestais e incentivos ao voluntariado nos bombeiros. O Observatório, o modelo do voluntariado está «a abrir brechas e apresenta enormes fragilidades».

No debate, o deputado do CDS/PP Nuno Magalhães chamou a atenção para o conjunto de críticas deixadas pelo Observatório e para a capa do documento, em que aparece um organigrama com as entidades envolvidas na prevenção e combate aos incêndios, e «ninguém consegue perceber» o sistema.

A deputada do PSD Emília Cerqueira também criticou a atual estrutura do sistema, bem como o atraso da lei orgânica da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). «A lei orgânica da ANPC foi anunciada em 2017 e ainda não está concluída em 2019», disse.

A deputada do Bloco de Esquerda Sandra Cunha questionou o Governo sobre o estatuto profissional dos bombeiros profissionais, que foi anunciado no início da legislatura.

O deputado do PCP Jorge Machado afirmou que é essencial a formação nas escolas sobre medidas de autoproteção de incêndios, o financiamento e o estatuto social dos bombeiros e o novo regime de financiamento dos bombeiros voluntários.

Fonte: Lusa

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