A Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores apresentou esta quinta-feira, dia 9 de janeiro, oficialmente, a gama porco.pt premium, iniciativa de um grupo de 25 produtores nacionais e que constitui uma nova linha de produto do porco.pt, projeto-bandeira da suinicultura nacional.
Num país em que o consumo per capita de carne de porco ronda os 44 quilos/ano, a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) quis mostrar aos players da distribuição moderna, a operar em Portugal, as vantagens da carne de porco nacional.
Durante o evento, David Neves, vice-presidente da FPAS, referiu que, além do porco.pt queremos mostrar a qualidade da gama porco.pt premium e fazer com que «os players da distribuição moderna optem pela carne suína nacional de qualidade que, em termos qualitativos e de preço, nada fica a dever à carne proveniente de outros países e que está à venda nas lojas em Portugal».
Rótulo porco.pt premium
Na verdade, a gama porco.pt tem, atualmente, disponível entre as duas certificações mais de 30 mil animais por semana, 25 mil no porco.pt e 5 mil no porco.pt premium, admitindo o responsável da FPAS que o objetivo é «valorizar a produção nacional a médio/longo prazo e apostar na diversificação relativamente aos produtos importados».
A diferenciação, segundo o responsável da FPAS, não está somente «na qualidade e no sabor da carne nacional, mas também no preço. Queremos que a carne de porco nacional premium seja valorizada e que todos os atores ganhem: produtores, retalhistas e consumidores».
Até este momento, a grande aposta do porco.pt premium tinha passado pelo setor da restauração, mas a FPAS quer, agora, estender a excelência desta gama de carne de porco nacional à distribuição moderna e, assim, ganhar espaço junto do consumidor. «Sabemos que o consumidor português está disposto a pagar um pouco mais por produtos de qualidade e é aqui que nos queremos posicionar», reconhecendo, contudo, «que o preço tem de ser justo para todos».
A nível nacional, as vendas porco.pt, lançado em junho de 2017, ultrapassaram as 2.883 toneladas (junho a dezembro de 2017), num valor que atingiu quase os 4,3 milhões de euros. Já no ano completo de 2018, as vendas porco.pt suplantaram 8,8 mil toneladas, atingindo os 12,6 milhões de euros, fazendo com que, em 18 meses, as vendas em valor atingissem os 17 milhões de euros.
Tendo tido um soft launch desde setembro de 2018 nas cadeias de distribuição, o lançamento progressivo revela «o bom acolhimento da linha premium, segundo os responsáveis da iniciativa, representando já cerca de 40 por cento das vendas totais de porco.pt.
Quanto ao futuro, as previsões indicam que o setor recuperará da crise que o atingiu em 2015/2016, criadas que estão as expetativas de uma maior valorização, dando cumprimento ao seu desígnio estratégico de tornar Portugal autossuficiente em produção de carne de porco até 2030.
De referir que, em 2017, o valor do setor ultrapassou os 500 milhões de euros, mais concretamente, 513,6 milhões de euros, depois de nos dois anos anteriores ter estado abaixo dos 490 milhões de euros.
O porco.pt cumpre o objetivo estratégico da produção de Diferenciar para Valorizar. O produto conta já com um ano de existência e o projeto tem vindo a crescer e a valorizar-se. Integram-no 500 explorações suinícolas que colocam esta carne de porco no mercado em mais de 500 pontos de venda e em parceria com seis cadeias da Grande Distribuição e talhos de rua.
A linha premium deste mesmo produto continua a ser a única carne de porco de produção intensiva em Portugal que é sujeita a um processo de produção certificado por entidade independente e homologado pelo Ministério da Agrícola.
No mercado externo, as exportações para o mercado chinês, cujo processo se encontra em fase final de concretização, contribuirá para esta recuperação ao efetivarem-se as expetativas de exportação de 15 mil porcos, mais de mil toneladas por semana para este mercado. Estima-se que as exportações para a China rondem os 16 por cento da produção nacional, em 2019, e os 30 por cento, em 2020, representando cerca 200 milhões de euros/ano.
De acordo com os responsáveis pelo porco.pt, a estabilização de economias como a Angolana pode, também, representar um novo impulso para suinicultura nacional.
Fonte: vida rural; FPAS