O Governo anunciou esta sexta-feira um programa de defesa das florestas geridas pela autoridade florestal nacional, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas que vai implicar um investimento de 14 milhões de euros repartidos entre verbas do Orçamento do Estado e fundos europeus.
O programa que será acelerado nos próximos meses mas que, em alguns dos seus eixos, se prolonga para os próximos anos, prevê ações de fogo controlado durante o Inverno, a instalação de faixas de interrupção de combustíveis, a recuperação de caminhos de acesso e de circulação, a limpeza de três mil de hectares de matos e a intervenção das “cabras sapadoras” em dez mil hectares.
No conceito, o Governo não apresenta novidades. A receita aplicada é a que está prescrita pelos serviços florestais públicos, pelos silvicultores, pelos planos de defesa da floresta contra incêndios da década passada ou as recomendações da Comissão Técnica Independente que no ano passado produziu um relatório sobre os incêndios.
O país é dividido em zonas de intervenção prioritária de acordo com os riscos de incêndio. Para as 710 freguesias de prioridade 1 e para as 339 de prioridade 2 vão ser criadas 1600 hectares de faixas de proteção das casas e das aldeias, que se juntarão aos 1400 já realizados; no miolo da floresta serão instalados mais 2100 hectares de zonas limpas de mato destinadas a travar o avanço dos incêndios, a que acrescem cerca de 600 já instalados; com um propósito semelhante, serão construídos 837 quilómetros de faixas de interrupção de combustíveis e recuperados 239; três mil quilómetros de caminhos florestais vão ser recuperados; e serão limpos quase dez mil hectares através do fogo controlado e outros dez mil pela ação das “cabras sapadoras”.
O Governo tem sob a sua gestão uma área florestal de cerca de 500 mil hectares, dos quais estão efetivamente arborizados 178 mil. Neste perímetro estão incluídas as matas nacionais geridas pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) ou por entidades de diferentes naturezas, como a fundação que gere a Tapada de Mafra.
A floresta sob a égide do Estado representa cerca de dois por cento do total. Portugal é, juntamente com o Uruguai e as Ilhas Salomão, o país do mundo onde o Estado detém a menor área de floresta.
Fonte: Público