A Organização Meteorológica Mundial (OMM), pertencente à Organização das Nações Unidas, alertou recentemente para a existência de 75 a 80 por cento de probabilidade de ocorrer um fenómeno El Niño nos próximos três meses.
Eventos deste tipo caraterizam-se pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico e alteram profundamente o clima, provocando fenómenos extremos até mesmo em regiões que são tradicionalmente bastante estáveis.
A probabilidade de secas vai aumentar na região das Caraíbas até à África do Sul, e chuvas muito fortes vão atingir algumas partes dos Estados Unidos da América (EUA) e da Europa, assim prevê a agência. Além disso, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) antevê um aumento da temperatura do mar até 1.2C acima da média.
Maxx Dilley, diretor do ramo relacionado com a previsão e adaptação do clima da OMM, garante, contudo, ao The Independent, que «não se espera que o El Niño seja tão poderoso como o fenómeno de 2015/2016».
Nessa altura, houve secas, inundações e um branqueamento de corais na Grande Barreira de Coral, que se estende ao longo de 2400 quilómetros da costa Leste da Austrália, devido a uma grande onda de calor. O branqueamento de 2016 foi dos mais mortíferos de sempre, sendo esse ano o que teve registos de temperaturas mais altas.
O próximo fenómeno, embora não tão grave, pode afetar significativamente os padrões climáticos de precipitação e temperatura em muitas regiões do mundo, com consequências graves para setores como o agrícola e de segurança alimentar, por exemplo.
De acordo com a OMM, as temperaturas do oceano pacífico já atingiram níveis fracos de El Niño em algumas partes, embora os fenómenos atmosféricos que acompanham essas mudanças ainda não se tenham materializado.
Fonte: Visão