A produção da maçã em Moimenta da Beira foi gravemente afetada pelo granizo que caiu intensamente na passada segunda-feira (3 de setembro) naquela região. O mau tempo provocou danos em mais de 80 por cento da produção do setor.
Esta quebra fez com que os produtores fizessem contas à vida. Um deles, Armando Pinto, produz maçã há mais de 20 anos e diz que nunca se lembra de ver uma intempérie idêntica nos últimos tempos.
“Caiu aqui uma coisa que nunca aconteceu e que está a causar grandes prejuízos para mim e para os meus amigos. Já vi nalguns sítios, mas nunca houve tanto prejuízo na nossa região”, reitera ao Jornal do Centro.
Armando Pinto adianta que, na sua produção, o granizo “destruiu” 800 toneladas de maçã. Fruto que, segundo o produtor, ainda continua nas árvores mas já está “furado” com diâmetros comparáveis a uma moeda de 10 cêntimos.
Depois do granizo, os produtores vão ter muito trabalho pela frente, que passam pela recolha e seleção das maçãs que estão aptas para serem levadas às câmaras de conservação. Facto que Armando Pinto não esconde, uma vez que já anda a fazer o tratamento de cálcio “para ver se ajuda a cicatrizar alguma coisa na conservação”.
Segundo o produtor, o seguro não cobre todo o prejuízo levantado na sua produção, que chega às mil toneladas. Armando Pinto diz que não consegue “segurar” todo o seu stock e admite mesmo que a maçã estragada vai ser vendido a preços mais baixos.
“A maçã vai ser apanhada para refugo, se houver entendimento entre as fábricas para escoarem o produto. Como há muita oferta, o preço não dá para pagar ao pessoal da apanha”, afirma.
Por isso, Armando Pinto defende que os produtores de maçã devem ter um quadro comunitário de apoio “que nos ajudasse a fazer a cobertura anti-granizo para produzirmos como os franceses, os italianos e alguns espanhóis”.
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Fonte: Jornal do Centro, sicnotícias