O Pinhal de Leiria, grande parte destruído pelos incêndios de outubro de 2017, vai ter mais 35 assistentes operacionais, disse esta segunda-feira o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas.
«Abrimos já concurso para mais 35 assistentes operacionais para o Pinhal de Leiria. Significa um primeiro grande sinal de que vamos ter cá mais gente para trabalhar», declarou à agência Lusa Miguel Freitas, após uma reunião do Observatório Local do Pinhal do Rei e da Comissão Científica do Programa de Recuperação das Matas Litorais, na Marinha Grande, distrito de Leiria. Atualmente, o Pinhal de Leiria tem cerca de dez operacionais.
Reiterando que «as matas nacionais são uma prioridade do Governo», daí o reforço dos recursos humanos, o secretário de Estado reafirmou que «a receita que virá da venda da madeira» destas matas «será para ser aplicada nas matas públicas», ao referir-se ao financiamento. «É esse o compromisso que foi assumido pelo Governo, é esse o compromisso que nós esperamos vir a cumprir», garantiu.
Sobre a reunião, Miguel Freitas destacou que esta abriu «um canal entre comissão científica e a população local», admitindo que esta «está com uma forte expectativa no trabalho que está a ser desenvolvido».
Segundo Miguel Freitas, o Executivo tem procurado neste âmbito «três ideias-chave» para o que está a ser desenvolvido no Pinhal de Leiria, exemplificando com a transparência.
«Tudo aquilo o que é feito é do conhecimento público, vamos ter um “site” onde vamos divulgar toda a informação que está a ser produzida permanentemente», referiu, acrescentando o conhecimento como outra ideia. Neste âmbito, referiu-se à comissão científica, cujo trabalho «credibiliza as soluções a executar».
«O terceiro elemento é a avaliação», explicou, precisando que a execução do plano «requer meios financeiros e humanos para os pôr em prática e uma avaliação permanente por parte do observatório local».
O acordo de cooperação para a criação da Comissão Científica do Programa de Recuperação das Matas Litorais e o protocolo de criação do Observatório Local do Pinhal do Rei foram assinados em 22 de janeiro último, na presença do primeiro-ministro, António Costa.
O primeiro tem, entre outros objetivos, a recolha e sistematização da informação técnica e científica relativa à gestão das matas litorais, e a avaliação do procedimento atual de elaboração e implementação de Planos de Gestão Florestal e de estabilização de emergência, reabilitação e recuperação de longo prazo, apresentando propostas para o seu melhoramento.
Já o observatório visa, por exemplo, avaliar o plano de recuperação do Pinhal do Rei ou apresentar propostas de ordenamento para usos, atividades e serviços que possam ser nesta mata.
O Pinhal de Leiria, também conhecido por Mata Nacional de Leiria ou Pinhal do Rei, é propriedade do Estado. Tem 11.062 hectares e ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande. A principal espécie é o pinheiro bravo. Nos incêndios de outubro de 2017 ardeu 80 por cento da sua área.
Fonte: Lusa