O presidente da Associação Portuguesa de Cortiça, João Rui Ferreira, defendeu esta sexta-feira que para continuar a crescer, a indústria da cortiça precisa de pelo menos mais 50 mil hectares de montado de sobro.
Em comunicado, João Rui Ferreira afirma ter solicitado «o compromisso do Estado numa reforma que aposte na proteção e adensamento dos montados existentes, com particular ênfase no alargamento a novas áreas geográficas».
O presidente da Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR) sublinha que o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, assumiu na quarta-feira, em Santa Maria da Feira, a intenção do Governo em apoiar a plantação de sobreiros em todo o território nacional, um desígnio que vai ao encontro das pretensões dos empresários do setor da cortiça.
Segundo o presidente da APCOR, o secretário de Estado, que visitou algumas empresas, considerou «fundamental que o setor industrial se envolva mais na produção florestal, e no setor da cortiça este é um cenário que devemos aprofundar».
Nesse sentido, João Rui Ferreira disse que irá realizar, já na próxima semana, «uma visita exploratória à zona do Pinhal Interior para perceber que áreas específicas poderão ser usadas para plantação de sobreiros, tendo já agendadas reuniões com várias autarquias da região».
«Estamos a viver um período único no setor da cortiça, a imagem nos mercados internacionais é muito positiva e a preferência de profissionais e consumidores é bastante clara, quer no mundo vinícola quer nas restantes aplicações. Tudo isto materializado com aumentos médios anuais das exportações na ordem dos 4,5 por cento, durante os últimos nove anos, sendo 2017 mais um ano recorde», afirma.
Em seu entender, «é tempo de, em conjunto, encontrar formas de aumentar a disponibilidade de matéria-prima, numa visão nacional para o sobreiro e num esforço que possibilite manter esta rota de crescimento».
«A indústria está consciente da sua responsabilidade e o sinal dado pelo Secretário de Estado deixa-nos confiantes», frisou João Rui Ferreira. De acordo com a associação, Portugal é líder mundial em produção e área de montado, com cerca de 100 mil toneladas extraídas e 700 mil hectares de área plantada.
Fundada em 1956, a Associação Portuguesa da Cortiça está no mercado há 60 anos e é hoje a única associação patronal do setor em Portugal. Sediada no coração da indústria da cortiça, no concelho de Santa Maria da Feira, a APCOR representa atualmente 278 empresas, responsáveis por 80 por cento do volume total de negócios do setor e 85 por cento das exportações portuguesas de Cortiça.
Fonte: Lusa