Instituto do Porto integra projeto que visa usar drones para combater catástrofes

Confagri 12 Jun 2019

O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) é a única instituição portuguesa a integrar o RespondDrone, um projeto que visa, através de uma frota de drones, desenvolver uma solução de combate a catástrofes.

Contactado pela Lusa, Rui Campos, investigador do centro de telecomunicações e multimédia do INESC TEC, explicou que o projeto RespondDrone pretende «integrar uma frota de drones», entre três a quatro veículos não tripulados, no processo de operação e monitorização que as equipas de emergência usam como resposta a catástrofes naturais ou provocadas pelo homem. «Esta solução não funcionará de forma totalmente independente, mas sim, integrada no processo de ataque a um incêndio ou desastre natural», afirmou o investigador.

O projeto, iniciado em maio, é financiado pelo programa de Investigação e Inovação da União Europeia H2020 e pelo Governo Sul-Coreano em 8.3 milhões de euros, envolvendo 20 instituições internacionais de 12 países.

Além de auxiliar no processo de gestão e tomada de decisão, a solução vai permitir a «monitorização de vídeo» através de câmaras incorporadas nos drones, o «transporte de mercadorias», como por exemplo, alimentos ou até sangue como «suporte às vítimas no local», e ainda, «o funcionamento de comunicações no local».

«Nós somos o parceiro do projeto que vai ter a responsabilidade sobre esta solução de comunicações», explicou Rui Campos, adiantando que os drones, através do acesso à rede ‘Wi-Fi’ ou à quarta geração de telecomunicação (4G), vão funcionar «como torres de comunicação flexíveis e com capacidade de movimento».

«Esta rede que nós vamos criar vai ser capaz de seguir os utilizadores em terra, ou seja, se as equipas de emergência em determinada altura estão focadas numa zona da operação, podem mover-se para outra zona e esta rede pode acompanhar essas equipas não estando limitada à rigidez de uma estação base», salientou.

À Lusa, o investigador admitiu que o maior «desafio» do RespondDrone vai ser «a coordenação», uma vez que a solução desenvolvida prevê que o controlo da frota de drones seja feito apenas «por uma única estação», contrariamente ao que se sucede atualmente, em que cada drone tem uma estação de controlo individual.

«Outro grande desafio é a articulação com aquilo que é a forma de operar das equipas de emergência», sublinhou o investigador, adiantando que, por essa razão, nove dos 20 parceiros são «utilizadores finais».

«Os utilizadores finais vão ajudar a definir a melhor arquitetura e a melhor solução, que vai ao encontro das necessidades e que, por outro lado, se alinha com as formas de trabalho que estas equipas hoje em dia já têm», apontou.

Segundo Rui Campos, os mais de 100 investigadores que fazem parte do projeto preveem fazer uma «espécie de pré-demonstração» no final de 2021, sendo que a demonstração final da solução está agendada para o final de 2022, aquando do término do projeto, na ilha de Córsega, em França.

Fonte: Lusa

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