Fonte: expresso.pt
Os 27 líderes europeus reunidos esta tarde em Bruxelas aprovaram formalmente o acordo anunciado de manhã por Jean-Claude Juncker e Boris Johnson. Um porta-voz do Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, deixou a mensagem no Twitter há minutos.
Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho da Europa devem agora tomar as medidas necessárias para garantir que o acordo entra em vigor no dia 1 de novembro. Porém, por enquanto não há qualquer menção a um eventual adiamento da saída (prevista para 31 de outubro), no caso de o acordo ser recusado pelo Parlamento britânico, que o votará no próximo sábado.
O tema do possível adiamento tem marcado a tarde desta quinta-feira. Primeiro foi Jean-Claude Juncker a dizer que “não há necessidade de qualquer tipo de prorrogação” do prazo, visto que este “é um acordo justo e equilibrado” — salientando, ainda assim, que a decisão não lhe pertence. O Presidente da Comissão Europeia foi criticado por alguns responsáveis políticos, que viram a declaração como uma forma de pressão. Um deles foi Nigel Farage, o líder do partido Brexit. “Um não eleito e reformado burocrata diz: Sem extensão [do prazo], aceitem este novo acordo ou simplesmente saiam”, escreveu no Twitter, acrescentando que isso seria passar por cima do ‘Benn Act’, uma ata que obriga a que o primeiro-ministro, Boris Johnson, peça uma extensão do prazo se o acordo não for aprovado.
DONALD TUSK SENTE “TRISTEZA”
Tal como Juncker disse sentir-se ao anunciar o acordo, o Presidente do Conselho Europeu também está “triste”. Agora que “parece que estamos muito perto do ato final”, Donald Tusk mostrou-se contra o Brexit. Ainda assim, reforçou que “as portas estão abertas” caso o Reino Unido queira voltar a fazer parte da União Europeia.
Tusk também não foi conclusivo em relação ao que acontecerá caso o acordo seja vetado em Westminster. “Se houver um pedido de extensão, contactarei os Estados-membro para ver como reagir.”
Já o primeiro-ministro da República da Irlanda, Leo Varadkar, agradece, “como líder de uma pequena nação”, “a enorme solidariedade expressa pelos líderes europeus”. O responsável irlandês também carregou na nota da “tristeza com a saída”, mas garantiu que Irlanda e Reino Unido manterão um bom relacionamento, ainda que o “velho amigo” parta agora “para uma aventura”. “Esperamos que corra tudo bem”, disse Varadkar.
“LONGO, DOLOROSO E DIVISIVO”, CHAMA-LHE BORIS JOHNSON
O primeiro-ministro inglês fala num processo “longo, doloroso e divisivo”, que acredita que será agora concluído com a aprovação do acordo pelos parlamentares britânicos. Boris Johnson disse, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho Europeu, que “o Reino Unido sai assim da UE como um país inteiro e unido”.
Johnson não quer ouvir falar em extensão do prazo. “Quando os meus colegas estudarem este acordo, irão querer aprová-lo no sábado”, afirmou.
ANTÓNIO COSTA DIZ QUE É HORA DE “PASSAR ÀQUILO QUE REALMENTE INTERESSA”
O primeiro-ministro português, que participou na reunião do Conselho Europeu que deu luz verde ao acordo alcançado para o Brexit, lembrou que este “é o quarto acordo aprovado com este Governo britânico em funções”. António Costa pediu para se seguir em frente. “Talvez seja altura de aprovarem [o Parlamento britânico] este acordo, para podermos passar àquilo que realmente interessa, que é que relação vamos ter com o Reino Unido.”
