A Câmara Municipal de Matosinhos vai apoiar a reflorestação, oferecendo, a partir de outubro, árvores para que os proprietários dos terrenos possam qualificar o espaço florestal com espécies autóctones, num investimento anual de 28 mil euros.
Esta iniciativa está contida no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndio, aprovado por unanimidade na reunião privada do executivo municipal e que vai, agora, para consulta pública.
O plano, que tem vindo a ser operacionalizado pelo Gabinete Técnico Florestal dos Serviços Municipais de Proteção Civil, tem estado a desenvolver em articulação com os proprietários esforços para melhorar os resultados dos abates previstos e aplicar as medidas de proteção e reflorestação consequentes.
O objetivo é manter, preservar e valorizar a floresta de Matosinhos, visando dar resposta ao planeamento nacional que estabelece que a recuperação de áreas ardidas deverá ter em vista o aumento futuro da resiliência, devendo desenvolver-se em dois tempos: considerado um nível de emergência, relacionado com a proteção dos recursos e infraestruturas e dirigido à requalificação dos espaços florestais dentro dos princípios de defesa da floresta contra incêndios.
«Releva-se, deste modo, como objetivo principal a avaliação dos impactos causados pelos incêndios e a implementação de estratégias de reabilitação a longo prazo», sustenta o plano.
As áreas ardidas são sensíveis à erosão e bastante expostas à invasão de espécies invasoras, logo a recuperação destas áreas é o primeiro passo para tornar os ecossistemas mais resilientes aos incêndios florestais e com caraterísticas autóctones, explica.
Pela dimensão e estrutura dos povoamentos florestais do concelho de Matosinhos, na prevenção dos incêndios florestais, torna-se necessário mitigar o aparecimento de invasoras, promover e incentivar a plantação de espécies autóctones e abater os povoamentos florestais que resultaram da regeneração natural de pinheiro bravo e eucalipto que ocorreu após os incêndios.
No final de junho, a Câmara de Matosinhos começou a fazer a limpeza coerciva de terrenos particulares, cujos proprietários não atuaram em tempo útil e a quem foi levantado o respetivo auto, disse na altura à Lusa a comandante operacional municipal, Susana Gonçalves.
Numa primeira fase, a responsável explicou que a autarquia vai limpar os terrenos particulares cujos proprietários não estão identificados. Num universo de 124, são apenas três.
«Esses vão ser prioritários. Depois temos mais 16 terrenos que os seus donos não limparam, nem mostraram interesse em limpar até ao momento. Temos ainda 22 terrenos onde os seus proprietários ainda estão a fazer limpezas ou entregaram uma carta de compromisso à câmara para o fazer», referiu.
Fonte: Lusa