A nova força de sapadores florestais portugueses vai estar em formação ao longo de 2019 e terá missões de prevenção e combate em 2020, disse esta quarta-feira à Lusa o presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
«Ainda não temos identificada toda a área de missão dessa força, o que sabemos é que vai ser uma força mais especializada do que os atuais corpos de sapadores florestais, porque vai ter um conjunto de objetivos mais focalizados naquilo que diz respeito ao combate mas também às dinâmicas que se criam nos processos seguintes», com a «recuperação das áreas ardidas ou estabilização de emergência», disse à Lusa, em Abrantes, (Santarém), o presidente do Conselho Diretivo do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Questionado pela Lusa quando vai começar a funcionar a nova lei orgânica do ICNF que prevê a criação de uma força de sapadores florestais, à margem de um seminário organizado pelo Exército subordinado ao tema “Apoio Militar de Emergência – Evolução e Tendências”, Rogério Rodrigues disse que, «dentro dos estatutos que o ICNF vai ver publicados durante o mês de abril», está «identificado que é algo que se vai concretizar nos meses seguintes».
Segundo aquele responsável, «o ano 2019 é para a constituição da força, em processo que requer um conjunto de objetivos, desde logo a sua formação», um ano de implementação, tendo acrescentado que os anos «2020 e seguintes são os anos de materialização dos seus objetivos no território».
«Esta força vai ser um corpo ativo que vai fazer prevenção estrutural, quando o tempo permitir, e estará preparada também para apoiar a primeira intervenção e até o combate, quando assim for necessário», notou.
Rogério Rodrigues disse ainda que a nova lei orgânica do ICNF vai permitir um reforço presencial em todas as regiões do país, algo que não sucedia desde 2012.
«Uma vez que o nosso organismo é Autoridade Nacional para a área das Florestas e Autoridade Nacional para a Conservação da Natureza, fusão que ocorreu em 2012 num processo muito redutor, estávamos no período da troika e onde foi feita uma enorme redução na administração pública, hoje, vamos ver essencialmente nas cinco grandes regiões, Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, um ganho, quer no protagonismo regional quer na organização regional, em que os serviços operam e se articulam quer com outras entidades públicas quer com os cidadãos», notou.
Em 22 de fevereiro deste ano, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, disse que foi feito «um esforço gigantesco» no reforço das equipas de sapadores florestais, em que foi «quase duplicado» o número de equipas, atingindo «o número mítico de 500 equipas vezes cinco homens e mulheres, o que representa um dispositivo de 2.500 efetivos».
Fonte: Público